Vamos Garotas! - Senac
Vamos Garotas! - Senac
Vamos Garotas! - Senac
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O bom gosto francês aparecia tanto na moda de gala quanto nos<br />
programas inspirados no país. Apesar da influência norteamericana<br />
maciça, ambas vertentes serão presenciadas na coluna.<br />
Fig.17 Coluna “As <strong>Garotas</strong> do Alceu”: “<strong>Garotas</strong> e a comedie<br />
française”. 27 de maio de 1950. Texto A. Ladino<br />
Em “<strong>Garotas</strong> e a arte da<br />
culinária”, de 22 de abril de 1950,<br />
as ilustrações buscam inspiração<br />
nos hábitos das mulheres norte-<br />
americanas ao encarnarem a<br />
“rainha do lar”: “As <strong>Garotas</strong> viram<br />
no cinema o desembaraço com que<br />
as americanas do norte vão para a<br />
cozinha.”<br />
Os EUA promoviam o<br />
consumo de objetos ligados ao seu estilo de vida, levando, discretamente, seu imperialismo<br />
cultural: “Ao importar o cadillac, os chicletes, a coca-cola e o cinema, não importamos<br />
apenas objetos e mercadorias, mas também todo um complexo de valores e condutas que<br />
se acham implicados nesses produtos.” 57<br />
Em “Para agradar as <strong>Garotas</strong>”, de 11 de março de 1944, a cultura norte-americana<br />
parecia afetar até o paladar das “<strong>Garotas</strong>”, que buscavam alternativas ao gosto francês:<br />
“Para agradar ao paladar das <strong>Garotas</strong> alguns aconselham champanhe, caviar e marrom-<br />
glacê. Hoje estamos certos de que um quilo de beef será mais recomendável.”<br />
Além de todos os produtos que traziam o estilo de vida do país internalizado, essa<br />
influência ficava clara até no vocabulário. “Conselhos das <strong>Garotas</strong>”, em 7 de agosto de<br />
1943, evidencia o emprego de algumas palavras em inglês no cotidiano pelas “<strong>Garotas</strong>”,<br />
comprovando o quão fundo foi esse imperialismo: “Quando não souberes o destino de uma<br />
estrada, nunca andes nela com um boy. O destino em geral é o espeto.”<br />
57<br />
CORBISIER, Roland. Formação e probabilidade da cultura Brasileira. Rio de Janeiro: ISEB, 1958, p. 69.<br />
In: ORTIZ. Renato. A moderna tradição brasileira: cultura brasileira e indústria cultural. São Paulo:<br />
Brasiliense, 1994, p. 69.<br />
41