Vamos Garotas! - Senac
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“As <strong>Garotas</strong>” assumiam uma posição diferente. Sua arma secreta era seu charme,<br />
seus encantos e sorriso: “Depois de um dia de lucidez, alguém descobriu que o pranto<br />
incha os olhos, avermelha o nariz, enfeia. E assim como se evoluiu do tacape para a<br />
metralhadora, assim as mulheres evoluíram do choro para o sorriso. Uma Garota de dentes<br />
bonitos tem no sorriso uma arma de trinta e dois gumes...” 258<br />
Ao longo desses 26 anos de coluna modelos provindos do cinema geravam uma<br />
multiplicidade de inspirações para os jovens, assim também como a imprensa e os<br />
exemplos do cotidiano. O que seria aceitável? : “Ser brotinho em 1958 (...) é ficar dividida<br />
entre o erotismo soft de BB, as freiras do Colégio Imaculada Conceição em Botafogo ou<br />
<strong>Garotas</strong> do Alceu, de O Cruzeiro”. 259<br />
ser comportadamente atrevidinha como as<br />
O jovem como faixa etária à parte, era uma novidade, e muitas vezes, esses não<br />
sabiam se portar em relação ao seu corpo e moda. Em ambientes públicos as mulheres<br />
deveriam se portar com descrição, não era bem visto uma moça ir a festas<br />
desacompanhada, ou mesmo ficar até de madrugada nelas e se exceder nas bebidas. O<br />
código de conduta era rígido, especialmente para as senhoritas. Obstante a isso, “As<br />
<strong>Garotas</strong>”, mesmo compartilhando desse código cometiam seus excessos: “Querendo bancar<br />
grã fina e mostrar seus predicados, bebe tanto a Rosalina que confessa seus pecados!”. 260<br />
Questões sobre a sexualidade,<br />
a menstruação, o primeiro sutiã eram freqüentemente<br />
tratadas entre mulheres com muito pudor, sendo jamais discutidas abertamente. Em vista<br />
de tamanha artificialidade, era pouco provável, que alguma mulher nutrisse intimidade e<br />
conhecimento sobre seu próprio corpo: “Todas essas mulheres andavam soterradas debaixo<br />
de toalhinhas, anáguas, combinações e sutiãs de enchimento e preconceitos.” 261<br />
258<br />
“As <strong>Garotas</strong> do Alceu”. O sorriso é a arma das <strong>Garotas</strong>. In: O CRUZEIRO. 08 de março de 1958, p. 76 e<br />
77.<br />
259<br />
SANTOS. Joaquim Ferreira dos. Op cit, p. 49<br />
260<br />
“As <strong>Garotas</strong> do Alceu”. <strong>Garotas</strong> dão cada baixo. In: O CRUZEIRO. 01 de novembro de 1952, p.76 e 77<br />
261<br />
SANTOS, Joaquim Ferreira dos. Op cit, p. 56<br />
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