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Vamos Garotas! - Senac

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iscoitos, fizeram-se confidências. E por incrível que pareça só disseram a verdade, tão<br />

somente a verdade.” 72<br />

É interessante perceber que, provavelmente por esses locais serem privilegiados, os<br />

problemas sociais não apareciam de forma tão marcante na coluna, sendo a atmosfera<br />

retratada na coluna leve e descontraída. “As <strong>Garotas</strong>”, por representarem os segmentos<br />

médios da sociedade, tinham uma condição financeira boa e eram ilustradas em freqüentes<br />

temporadas de descanso: “Cansadas de tanto carnaval, de tanta buate, de tanto cinema, de<br />

tanto tanto, as garotas entraram de férias, como se férias não lhes fossem a vida inteira.” 73<br />

Mesmo sendo selecionados os locais ilustrados na coluna, a cidade não apresentava<br />

grande freqüência de episódios de violência e insegurança, como os vistos nos dias atuais:<br />

“(...) foi em 58 que resumiu toda a felicidade de ser brasileiro no fim dos anos cinqüenta,<br />

vivendo sem militares no cangote e só se assustando, no máximo, com os óculos escuros<br />

do Ronaldo Souza Castro, o assassino de Aída Curi.” 74 A cidade ainda não tinha uma<br />

legião de arranha-céus e poluição, como descreve Danuza Leão: “ Era muito bom morar no<br />

Rio: as praias quase vazias, poucos carros nas ruas.” 75<br />

No espaço urbano o desenvolvimento chegava, ampliando-se a rede de transportes.<br />

“As <strong>Garotas</strong>”, já havia algum tempo, circulavam pelo Rio de Janeiro em ônibus,<br />

enfrentando os percursos em pé, se fosse preciso, como figuras independentes: “<strong>Garotas</strong><br />

alucinantes de atrativos transbordantes, cheias de graça e de fé, como aves em sobressalto,<br />

invadem o ônibus de assalto e viajam todas em pé.” 76<br />

72 . “As <strong>Garotas</strong> do Alceu”. “O lanche das <strong>Garotas</strong>”. Texto A. Ladino. In: O CRUZEIRO 6 de maio de 1950,<br />

p.42 e 43.<br />

73 “As <strong>Garotas</strong> do Alceu”. “<strong>Garotas</strong> em férias”. Texto A. Ladino. In: O CRUZEIRO. 3 de abril de 1954, p.46<br />

e 47.<br />

74 SANTOS, Joaquim Ferreira dos. Feliz 1958: o ano que não devia terminar. Rio de Janeiro: Record, 2003,<br />

p.16<br />

75 LEÃO, Danuza. Quase tudo: memórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 27<br />

76 “As <strong>Garotas</strong> do Alceu”. “Um ônibus e <strong>Garotas</strong> em pé”. Texto de Frivolino. In: O CRUZEIRO. 20 de julho<br />

de 1946, p.23 e 24.<br />

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