Vamos Garotas! - Senac
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Fig 58. “Uma Garota infernal” em 19 de outubro de 1957. Texto A. ladino. A “Garota” corrompia os mais incautos<br />
rapazes. Ela encarnou nessa edição a mulher tentadora, que leva os homens a cometer loucuras. Como de costume, as<br />
ilustrações demonstravam muita intimidade com seus corpos, sem o receio de explorar a sensualidade, algo pouco<br />
incentivado para as moças de reputação.<br />
Nesse mesmo sentido, a mulher é representada como a tentação, o perigo que leva<br />
os homens à perdição, tal como o exemplo de Adão e Eva, quando essa come a maçã<br />
proibida e os condena a abandonar o paraíso.<br />
Aqui está implícito que a mulher é<br />
responsável<br />
pelos deslizes masculinos, e não ele próprio.<br />
Esse é um posicionamento que leva a figura feminina ao constante sentimento de<br />
culpa ao usar a sedução. A construção da sua identidade dá-se pelo olho masculino, ou<br />
seja, tal como ele quer vê-la, e não como ela é de verdade, imputando um sentimento de<br />
culpa e embaraço em relação ao seu corpo. Essas<br />
atitudes são originadas da visão<br />
pecaminosa<br />
em relação à mulher, afirmadas pela tradição cristã ocidental, como salienta<br />
Bryan Turner: “Meu argumento é que, essas atitudes frente ao corpo são, ao menos em<br />
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