Vamos Garotas! - Senac
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Entretanto, as “<strong>Garotas</strong>” se diferenciavam da elite em certos aspectos: o desejo de<br />
ascensão social e a preocupação com dinheiro. É freqüente no discurso dessas meninas a<br />
vontade de encontrar um rapaz que possa proporcionar uma vida financeira mais<br />
confortável, com alguns luxos: “O garimpo não é, como se poderia supor, nas minas ou nas<br />
As ilustrações costumavam freqüentar as noites elegantes no<br />
Municipal, mas não deixavam de se preocupar com os preços das<br />
poltronas, indicando destoar das elites.<br />
Fig. 18. Coluna “As <strong>Garotas</strong> do Alceu”: <strong>Garotas</strong> no Municipal.<br />
Texto Alceu Penna. 25 de julho de 1942.<br />
mostrados pelas ilustrações indicam pertencimento à classe média.<br />
lavras. E o filão conduz diretamente<br />
ao dedo de um bacharel, promissor<br />
bom partido.” 67 Elas reclamam,<br />
também, do preço dos ingressos nas<br />
noites do Teatro Municipal: “Você<br />
não ficou emocionada com o<br />
espetáculo de ontem? Tinha que<br />
ficar. Paguei 120$000 por uma<br />
poltrona.” 68 Essas situações destoam<br />
dos hábitos da elite e, assim, levam a<br />
crer que a aparência e os hábitos<br />
“As <strong>Garotas</strong>”, representantes do segmento médio, não indicavam estar apenas em<br />
sintonia com as transformações no contexto do país, mas também se conectaram<br />
intimamente ao espaço urbano carioca, absorvendo o seu desenvolvimento.<br />
67<br />
“As garotas do Alceu”. “As <strong>Garotas</strong> no Garimpo”. Texto Maria Luiza. In: O CRUZEIRO, 5 de dezembro<br />
de 1959, p.48-49.<br />
68<br />
“As garotas do Alceu”. “<strong>Garotas</strong> no Municipal”. Texto Alceu Penna. In: O CRUZEIRO. 25 de julho de<br />
1942, p. 20-21.<br />
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