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Vamos Garotas! - Senac

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direção a um novo modelo. Marilza Mestre fala sobre um conceito de marginalidade na<br />

construção do feminino, que se aplica ao exemplo materializado pelas “<strong>Garotas</strong>”:<br />

“Natalie Zemon Davies entende por marginalidade a condição daquele (a)<br />

que está às margens da média de comportamento aceito socialmente<br />

como normal. Ela entende que alguns tendem (por diversas razões<br />

contingenciais) a fugir do repertório padrão, e assim ocorre a<br />

variabilidade necessária para que novos padrões comportamentais possam<br />

ser selecionados pela cultura e que esta sofra as mudanças.” 296<br />

“As <strong>Garotas</strong>”, mesmo representando um tipo de mulher mais livre das amarras da<br />

sociedade<br />

patriarcal e dos papéis tradicionalmente atribuídos a ela, não materializaram a<br />

emancipação<br />

feminina completa. Um quadro da emancipação feminina, em sua forma<br />

completa,<br />

apontado por Françoise Thébaud, é a constituição de um espaço<br />

verdadeiramente<br />

comum entre homens e mulheres, um espaço de igualdade de direitos e<br />

portunidades, preservando a diferença de identidades. 297 o<br />

Essa igualdade até hoje não se<br />

concretizou<br />

plenamente e, assim, muitas batalhas ainda teriam que ser travadas após o<br />

período<br />

da coluna para que os efeitos da revolução feminina começassem a tomar formas<br />

mais<br />

concretas.<br />

Em um primeiro momento pensei que com o desfecho da dissertação chegaria a<br />

respostas<br />

mais concretas sobre “As <strong>Garotas</strong>”. Hoje, olhando para trás, penso que esse<br />

pensamento<br />

só empobreceria a análise e não corresponderia à totalidade do objeto<br />

estudado.<br />

É, na verdade, difícil lidar com a indefinição. Tive o intuito, inicialmente, de<br />

dizer<br />

exatamente o que foram as ilustrações de Alceu Penna. No entanto, perceber as<br />

contradições<br />

e a profundidade do que elas representaram foi um grande aprendizado<br />

retirado<br />

dessa experiência. “As <strong>Garotas</strong>” foram recatadas e modernas, bobinhas e espertas,<br />

296<br />

MESTRE, Marilza. A marginalidade como fator de construção do feminino. Disponível em:<br />

http://www.utp.br/psico.utp.online/site1/artigo_marilza_mestre1.pdf,<br />

p. 3. Acessado em 3 de março de 2007.<br />

297<br />

DUBY, Georges; PERROT, Michelle. História das mulheres: o século XX, v.5. Roma: Afrontamento,<br />

1991.<br />

149

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