Vamos Garotas! - Senac
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embelezar: “(...) segue-se a modernização da beleza, sobretudo das mulheres. O rouge foi<br />
sendo preterido pelo blush, o pó de arroz pelo pó compacto,<br />
as máscaras caseiras de beleza,<br />
de abacate, pepino, camomila etc pelos modernos cosméti<br />
“As <strong>Garotas</strong>” refletiram a crescente invasão de<br />
cosméticos no mercado por<br />
empresas estrangeiras consagradas, que apareciam até mesmo<br />
em seções em que o tema<br />
era a culinária: “Os morangos devem ser servidos com creme.<br />
Não há creme chantili. Será<br />
que creme Pond´s serve?” 233<br />
cos”. 232<br />
Uma boa aparência era imprescindível para uma<br />
jovem,<br />
que desejava escolher entre<br />
vários partidos aquele que a mais interessava. A beleza<br />
deveria<br />
servir ao homem, ou seja,<br />
ao seu desfrute, impedindo que a sua verdadeira individualidade<br />
emergisse: “Mulheres<br />
enfeitam-se,<br />
vestem-se de negro ou se cores e encantam. Mascaram e são suas próprias<br />
máscaras no batom que marca seus lábios, no pó facial sobre a tez que quer sem manchas,<br />
sem máculas. Congelam no tempo linear pelo mascaramento do real. Semideusas da<br />
modernidade, as mulheres escapam ao real pelo viés da simulação e constroem existências<br />
inabarcáveis totalmente pela razão masculina. Existência da ordem do ritual, do<br />
processual.” 234<br />
A grande variedade de produtos em oferta no mercado provocou um<br />
redirecionamento da propaganda.<br />
A beleza se torna um produto, embalado e<br />
democratizado:<br />
“(...) Daí a ‘generalização’ dessa beleza, impensável até então, ao alcance<br />
da retórica lisa e versátil do mercado.” 235<br />
232<br />
MELLO. João Manuel Cardoso de. NOVAIS. Fernando A. Capitalismo Tardio e sociabilidade moderna.<br />
In: SCHWARCZ. Lilia Moritz (org.). História da Vida Privada v.04. São Paulo: Companhia das letras,<br />
1998, p. 568<br />
233<br />
“As <strong>Garotas</strong> do Alceu”. <strong>Garotas</strong> e a arte culinária. In: O CRUZEIRO. 22 de Abril de 1950, p.118 e 119<br />
234<br />
ROMERO, Elaine. Corpo,<br />
mulher e sociedade. Campinas: Papirus, 1995. p 132<br />
235<br />
VIGARELLO. Georges. Op cit, p. 171<br />
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