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Vamos Garotas! - Senac

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Esse modo de ver está, portanto, condicionado a diversos fatores, como a<br />

individualidade do produtor da imagem, sua cultura e costumes, bem como ao contexto em<br />

que foi produzida, podendo revelar muito sobre o criador e o tempo por ele vivido:<br />

“As imagens foram feitas, de princípio, para evocar a aparência de algo<br />

ausente. Pouco a pouco, porém, tornou-se evidente que uma imagem<br />

podia sobreviver àquilo que representava; nesse caso, mostrava como<br />

alguém tinha sido – e, conseqüentemente, como o tema havia sido visto<br />

por outras pessoas. Mais tarde ainda, a visão específica do fazedor de<br />

imagens foi também reconhecida como parte integrante do registro. A<br />

266<br />

imagem tornou-se<br />

um registro de como X tinha visto Y.”<br />

É interessante perceber que, da mesma forma que uma determinada imagem reflete<br />

o olhar de uma pessoa, a sua apreciação também depende daquele que a vê. O olhar do<br />

criador da imagem e o do apreciador são igualmente subjetivos, ou seja, mesmo desejando<br />

ser um registro imparcial, o olhar estará sempre condicionado: “Todavia, embora todas as<br />

imagens corporizem um modo de ver, a nossa percepção e nossa apreciação de uma<br />

imagem dependem também do nosso próprio modo de ver. Por exemplo, Sheila pode ser<br />

uma entre vinte pessoas, mas por motivos pessoais, só temos olhos para ela.” 267<br />

A mulher foi, ao longo do tempo, extensamente abordada em pinturas, ilustrações e<br />

fotografias. Percebe-se que esse tipo de pintura é um movimento particular, pois revela,<br />

como discutido anteriormente, o modo de ver a figura feminina em um determinado<br />

momento histórico, que freqüentemente foi retratado por figuras masculinas: “(...) como<br />

qualquer representação a imagem é um jogo, guiado por regras culturais que evoluíram e<br />

que continuarão a evoluir. A imagem da mulher tem uma história em si mesma.” 268<br />

266<br />

BERGUER, John. Modos de Ver. Lisboa: Edições 70, 1972, p.14.<br />

267<br />

BERGUER,<br />

John. Op cit, p.14.<br />

268<br />

DUBY, Georges; PERROT, Michelle. Imagens da Mulher. São Paulo: Afrontamento, 1992, p. 140.<br />

126

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