Vamos Garotas! - Senac
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Assim, o trabalho terá um recorte cronológico feito pelos textos. O período a ser<br />
estudado vai do início da coluna em 1938, quando Alceu Penna ilustra e escreve os textos<br />
até 1957, quando Edgar Alencar (A. Ladino) finda sua colaboração.<br />
Esse período também se torna oportuno para a análise, pois, além de compartilhar<br />
de textos singulares ele caracteriza-se por transformações importantes no contexto<br />
brasileiro e na própria publicação de O Cruzeiro, os quais seriam importantes destacar.<br />
Além de ser o ano de início da coluna, 1938 torna-se um ponto de partida<br />
importante, pois antecede o conflito da Segunda Guerra Mundial e marca a crescente<br />
influência do american way of life na América Latina, principalmente pelo cinema. Esse<br />
momento vai evidenciar a transição e o convívio das influências francesas e norte-<br />
americanas no país, importante para a compreensão da coluna em geral.<br />
Além disso, é também, ocasião do Estado Novo, um período marcado pela<br />
emergência de um determinado ideal nacional. Esse tom é reproduzido na coluna,<br />
ilustrando uma figura feminina que, mesmo diante de influências estrangeiras, permanece<br />
essencialmente brasileira, cultivando hábitos característicos de um morador do Rio de<br />
Janeiro como ir às praias e aos bailes de carnaval.<br />
Sob a perspectivada publicação O Cruzeiro, a exploração da década de 1940 é<br />
igualmente preciosa, pois ela sofre uma reformulação, presenciando vendagens grandiosas.<br />
Os conteúdos femininos, incluindo a coluna “As <strong>Garotas</strong>”, ganharam uma atenção especial<br />
nessa empreitada. Essas informações levam a crer que o público leitor da revista aumentou<br />
e, consequentemente, o da coluna também, que começava a se tornar bastante conhecida.<br />
O período de análise desse trabalho se finda em 1957, pois além de ser o ano de<br />
mudança de redator, os últimos anos da seção coincidem com um período de reestruturação<br />
da imprensa e de novos veículos moda/mulher, que compartilharam de um direcionamento<br />
distinto de O Cruzeiro. A revista Manchete (1952), uma importante concorrente da<br />
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