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Vamos Garotas! - Senac

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Apesar da emergência do modelo norte-americano, o francês continuava sendo uma<br />

referência em bom gosto e tradição. “As <strong>Garotas</strong>” o apreciavam, sendo isso evidenciado<br />

pelos costureiros franceses, pelo vocabulário usado na coluna e mesmo pelos programas<br />

influenciados pela cultura do país, que garantiam certa aparência de sofisticação: “Jean<br />

Louis Barrault! Madeleine Renaud! As <strong>Garotas</strong> tinham que assistir às noitadas<br />

maravilhosas da ‘Comedie Française’ no Municipal.” 58<br />

Os dois modelos passam a conviver, lado a lado, disputando constantemente o lugar<br />

de prestígio: “É interessante notar, que apesar da preponderância francesa, as diversas<br />

influências passam a coexistir no mundo da moda com maior flexibilidade de aceitação,<br />

conforme representado na coluna <strong>Garotas</strong> (...).” 59<br />

Em “<strong>Garotas</strong> qual é seu tipo?”, de 29 de agosto de 1942, são apresentados variados<br />

tipos de “<strong>Garotas</strong>”, das quais destaco a Granfina que curiosamente mistura elementos<br />

norte-americanos e franceses, em um tom de valorização dos dois países: “A autêntica, que<br />

já esteve na Europa ou Estados Unidos, foi educada no Sion ou no Sacré Coeur. Produto<br />

nacional, ‘não se dá bem aqui’. Fala francês e inglês. Finge detestar tudo, mas intimamente<br />

possui gostos burgueses.”<br />

Influências estrangeiras continuaram a crescer, principalmente durante o governo<br />

do presidente JK, a partir de 1956, configurando-se como o auge do americanismo no<br />

Brasil. Ainda na trilha do desenvolvimento, o país passa a vivenciar uma urbanização e<br />

industrialização em proporções desconhecidas. Com uma política desenvolvimentista e de<br />

abertura do mercado, o Brasil assistiu a uma invasão de indústrias estrangeiras, como a<br />

automobilística. O presidente propunha realizar 50 anos em 5, mesmo à custa de uma<br />

58<br />

“As <strong>Garotas</strong> do Alceu”. “<strong>Garotas</strong> e a Comedie Française”. Texto A. Ladino. In: O CRUZEIRO. 27 de maio<br />

de 1950, p.38 e 39.<br />

59<br />

ANASTÁCIO, Marina Bruno Santo. <strong>Garotas</strong> do Alceu: moda feminina brasileira nas páginas de “O<br />

Cruzeiro” entre 1938 e 1958. Monografia, UFRJ, Rio de Janeiro, 2003, p. 38.<br />

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