<strong>PRÁTICA</strong> <strong>PEDAGÓGICA</strong> NOENSINO MÉDIOCONTEÚDO 1 – PLANEJAMENTO PARA A APRENDIZAGEM PORCOMPETÊNCIASPLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO NA ESCOLA:ARTICULAÇÃO E NECESSÁRIA DETERMINAÇÃO IDEOLÓGICACipriano Carlos LuckesiO ato de planejar não é um ato simplesmente técnico. Assim como também não é umato exclusivamente político-filosófico. Segundo o autor, esse ato será, sim, ao mesmo tempo,político-social, científico e técnico.Não basta pensar nos meios, nas técnicas e na sofisticação dos recursostecnológicos, afirma o autor. Eles são necessários, mas como meios. Importa que a práticade planejar em todos os níveis - educacional, curricular e de ensino — ultrapasse a dimensãotécnica, integrando-a numa dimensão político-social.O ato de planejar, assim assumido, deixará de ser um simples estruturar de meios erecursos, para tornar-se o momento de decidir sobre a construção de um futuro.“O ato de planejar é a atividade intencional pela qual se projetamfins e se estabelecem meios para atingi-los. Por isso, não é neutro, masideologicamente comprometido.”“...a prática do planejamento em nosso país, especialmente naEducação, tem sido conduzida como se fosse uma atividade neutra, semcomprometimentos. (...) porém, pouco ou nada se discute a respeito do realsignificado social e político da ação que se está planejando. Não se perguntapelas determinações sociais que estão na base do problema a ser enfrentado,assim como não se discutem as possíveis conseqüências políticos-sociaisque decorrerão da execução do projeto em pauta.”“Planejar, nas escolas em geral, tem sido um modo de operacionalizaro uso de recursos - materiais, financeiros, humanos, didáticos. (...)”usualmente(com exceções no cotidiano escolar, é claro) essa semanade planejamento redunda no preenchimento de um formulário em colunas,no qual o professor deve fazer durante o ano letivo na disciplina ou área deestudos que trabalha. (...) Essa é uma forma de fazer do ato de planejar umato neutro, como desejavam nossos ex-ministros e como desejam todos osque defendem uma perspectiva conservadora para a sociedade.”“...o papel do diretor de um estabelecimento de ensino é coordenar aconstrução de diretrizes da instituição como um todo e atuar para provercondições básicas para que tais diretrizes possam efetivamente sair do papele transformar-se em realidade (...) ele (o diretor) será, sim, o coordenador deuma decisão coletiva para a Escola, que também deverá ser gerenciadacoletivamente.”35
Pesquisa e PráticaPedagógica <strong>IV</strong>“A avaliação poderia ser compreendida como umacrítica do percurso de uma ação, seja ela curta, sejaprolongada. Enquanto o planejamento dimensiona o que sevai construir, a avaliação subsidia essa construção, porquefundamenta novas decisões. (...) A avaliação será, então, umsistema de crítica do próprio projeto que elaboramos e estamosdesejando levar adiante. (...) um ato amoroso, um ato decuidado, pelo qual todos verificam como estão criando seubebê e como podem trabalhar para que ele cresça.”SÓ NÃO PREVIU QUEM PLANEJOUTania ZaguryNão precisamos de reformas de ensino no Brasil, menos ainda daquelas que alteramapenas nomenclaturas ou que pseudo-adotam o que, de repente, alguém determinou que éa nova “fórmula mágica” de ensinar. Precisamos avaliar o que ocorre nas escolas, ouvindocada professor sobre as dificuldades e as necessidades, para então buscar saná-las.Ninguém fala em outra coisa: o Brasil do século XXI não sabe ler ou não entende oque mal lê. Todos estão pasmos. Menos os professores, posso afirmar, os quais nos últimos30 anos de mudanças na área educacional, lastimavelmente, não foram chamados a dar oseu testemunho, nem lhes ouviram as dúvidas e as certezas. Quem está na frente de batalhateria dito: isso não vai dar certo... Algumas vezes, de fato, as secretarias de Educação e oMEC colhem opiniões dos docentes. Contudo, raramente esses dados essenciais são abase das decisões educacionais. E quem alfabetiza há muito sabe que não se conseguembons resultados com o idealizado construtivismo (adotado no Brasil e já abandonado emmuitos países). Bem que muitos tentaram, mesmo a contragosto. Não lhes foi dadaoportunidade de escolha, em especial no ensino público.Para quem não sabe, o método fônico, que começa a ser apresentado como“novidade”, já se usava antes, quando comecei a lecionar. O professor escolhia a cartilha eensinava a partir do que sabia fazer. Os professores que, da noite para o dia, passaram aalfabetizar nos moldes ideovisuais, preconizados por Emilia Ferreiro, fizeram-nodeterminados a acertar, ainda que não estivessem convictos de que era o melhor para seusalunos. Porque, apesar do tanto que se fala em gestão democrática, os docentes continuamsendo meros executores. Não precisamos de reformas de ensino no Brasil, menos aindadaquelas que alteram apenas nomenclaturas ou que pseudo-adotam o que, de repente,alguém determinou que é a nova “fórmula mágica” de ensinar. Precisamos avaliar o queocorre nas escolas, ouvindo cada professor sobre as dificuldades e as necessidades, paraentão buscar saná-las. Precisamos respeitar quem faz, quem operacionaliza. O melhormétodo é o que funciona. Nossas crianças e nossos jovens precisam de resultados deverdade já.Fomos alfabetizados pelo “be-a-bá” e, coisa estranha, sabemos ler! Aprendi, quandocursava o antigo Ensino Normal (há mais de 30 anos!!!), que a criança aprende do que lheé próximo para o que é distante, do simples para o complexo, do concreto para o abstrato.Por isso, usávamos o método fônico, que atende a essas características. De repente, nosdisseram que o que aprendêramos estava errado... Então, como é que nossos alunosaprendiam? Eu, e milhares de outros professores, já tínhamos alfabetizado tantos, e nossosalunos liam, podem acreditar. Mais: entendiam o que liam. E faziam contas e resolviamproblemas. Só quem esteve todos esses anos em sala de aula sabe o que se sofre tentando36
- Page 2: PESQUISA EPRÁTICAPEDAGÓGICA IV1
- Page 5 and 6: Pesquisa e PráticaPedagógica IV4
- Page 7 and 8: Pesquisa e PráticaPedagógica IV6
- Page 9 and 10: Pesquisa e PráticaPedagógica IVed
- Page 12 and 13: 12345678901234567890123456789012123
- Page 14 and 15: Projeto pedagógico e formação co
- Page 16 and 17: é preciso que o sujeito tenha o co
- Page 18 and 19: temperamento, suas ansiedades diant
- Page 20 and 21: (i) construir o conhecimento;(ii) d
- Page 22 and 23: das relações de disciplinaridade
- Page 24 and 25: A primeira dimensão seria a do dad
- Page 26 and 27: No espaço escolar 7 e acadêmico,
- Page 28 and 29: simultânea e cooperativamente; d)
- Page 30 and 31: No período republicano, esta conce
- Page 32 and 33: cívicas, populares, em jogos espor
- Page 34 and 35: formas de ensinar a história impli
- Page 38 and 39: conseguir o impossível. Porque só
- Page 40 and 41: Entende-se por tendência toda e qu
- Page 42 and 43: 12345678901234567890123456789012123
- Page 44 and 45: possibilidade de se pensar e encami
- Page 46 and 47: Em acordo com esta seqüência de c
- Page 48 and 49: tarde, concidadãos de qualquer mod
- Page 50 and 51: Se a “primeira impressão é a qu
- Page 52 and 53: vésperas do terceiro milênio, o l
- Page 54 and 55: conhecimentos e habilidades para re
- Page 56 and 57: cognitivos, afetivos, atitudinais.
- Page 58 and 59: dizer ao professor o que ele quer q
- Page 60 and 61: c)c) Uso de palavras sem sentido pr
- Page 62 and 63: Em síntese, falamos em comportamen
- Page 64 and 65: O aluno alcançou 17 pontos nas tr
- Page 66 and 67: de um ato são inteiramente imprevi
- Page 68 and 69: e princípios, os quais originam as
- Page 70 and 71: décimos a menos do estabelecido pa
- Page 72 and 73: 1-1- A partir da Lei de Diretrizes
- Page 74 and 75: 12345678901234567890123456789012123
- Page 76 and 77: 12345678901234567890123456789012123
- Page 78 and 79: 12345678901234567890123456789012123
- Page 80 and 81: 12345678901234567890123456789012123
- Page 82 and 83: 12345678901234567890123456789012123
- Page 84 and 85: RESUMO1 INTRODUÇÃO2 CONSTATAÇÕE
- Page 86 and 87:
GlossárioAUTÕMATA - incapaz de a
- Page 88 and 89:
ReferênciasBibliográficasAQUINO,