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PESQUISA PRÁTICA PEDAGÓGICA IV

PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV - ftc ead

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conseguir o impossível. Porque só é possível bem utilizar o construtivismo em turmas muitopequenas, nas quais o professor faz um acompanhamento individual. A mudança, apenasmetodológica, deixou o professor em sala de aula com os mesmos ínfimos recursos daescola pública e a pletora de alunos carentes de tudo. Sou a favor do progresso e da mudança,desde que alicerçados em estudos e acompanhamento sistemáticos, que os embasem.Tomam-se medidas caras e aleatórias: computadores para parte das escolas públicas, porexemplo. O computador chegou, mas os professores têm outras coisas para fazer - antesdo caviar, o “feijão com arroz”. Se tivessem ouvido os docentes, saberiam que precisavammesmo era de “menos alunos nas turmas e mais horas de aula”.Outro grave baque na qualidade do ensino aconteceu com o endeusamento da escolanão-diretiva, transplantada da psicanálise para a sala de aula. Corrigir o aluno passou a“dar trauma”. Riscar em vermelho os erros, nem pensar. Provas revelaram-se intervençõesameaçadoras. Memorizar qualquer coisa tornou-se feio. Herança que o rogerianismo noslegou: não se ensina nada a ninguém. E o resultado aí está.Além disso, hoje, cada problema social que surge vira tema transversal do currículo:educação sexual, cidadania, ética, educação para o trânsito, educação ambiental, etc. Tudobem, mas deram condições ao professor para fazer tudo isso e – ainda – ensinar a ler,escrever e interpretar? O fracasso tinha de ocorrer. Era previsível. Com tantos encargos euma metodologia que não podem executar, os professores precisariam, no mínimo, recebertreinamento permanente antes de se executarem os novos modelos (e, é claro, saláriosincrementados na proporção das tarefas). O pior aconteceu depois: quando tudo já ia mal,adotou-se a progressão continuada e o ensino por ciclos - para dar vazão à demanda dematrículas, agravando terrivelmente a questão da qualidade.A “moda” do momento é a “inclusão” de alunos com necessidades especiais. Ótimo.Politicamente corretíssimo. Mas a verdadeira inclusão deve começar pela melhoria daqualidade do ensino de toda a população. Precisamos deter o processo atual, em que oaluno termina o ensino fundamental – quando termina – quase tal como estava quandoentrou. Esta é a verdadeira exclusão: de posse do seu diploma, mas com precáriaaprendizagem, o jovem, sobretudo o de classe social menos favorecida, que tanto precisade trabalho, é ejetado do mercado de trabalho sem dó nem piedade. Afinal, até concursopara gari exige que se saiba ler e escrever direito!Ouçamos quem executa. Eles nos dirão como evitar as tempestades do desencanto...CONTEÚDO 2 – <strong>PRÁTICA</strong> <strong>PEDAGÓGICA</strong> PARA AAPRENDIZAGEM POR COMPETÊNCIASEDUCAÇÃO, PARADIGMAS E TENDÊNCIAS: POR UMA <strong>PRÁTICA</strong>EDUCAT<strong>IV</strong>A ALICERÇADA NA REFLEXÃOLiliana Soares FerreiraPropor-se a uma compreensão da educação implica atribuir sentidos às falas deseus protagonistas sobre o cotidiano. Professores, alunos, comunidade escolar lêem, naeducação, aspectos significativos em acordo com sua perspectiva cultural. Ouvindo estasfalas, muitas delas exaltando o caótico, genericamente, chega-se à idéia de problemas. Aomesmo tempo, o discurso sobre o presente é afetado pela premissa de que se vivesucessivas crises. A concepção de crise aqui tem um sentido negativo, fornece a ilusão decaos, de perda do significado, de fim. Fala-se muito em crise na educação. No entanto,parece mesmo que a crise não é exatamente na educação, mas de como se pensa aeducação. A crise parecer ser, portanto, uma crise de racionalidade. Isto acontece porque37

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