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PESQUISA PRÁTICA PEDAGÓGICA IV

PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV - ftc ead

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Um momento privilegiado de estudo (vulgo prova!)Pesquisa e Prática A expressão “avaliar a aprendizagem” tem um sentido amplo. APedagógica <strong>IV</strong> avaliação pode ser feita de diversas formas, com os mais variadosinstrumentos. O mais comum deles, característico de nossa cultura escolar, éa prova escrita individual. Por este motivo, em lugar de apregoarmos osmalefícios da prova e levantarmos a bandeira de uma avaliação sem provas,procuramos seguir o princípio: já que temos que fazer provas, que sejam bem feitas, atingindoseu real objetivo, isto é, verificar se houve a aprendizagem significativa de conteúdosrelevantes propostos pelo professor.Em estudo que fizemos, analisando centenas de provas realizadas nos quatro cantosdo Brasil, classificamos como tradicionais aquelas que apresentam três característicasbásicas, como veremos a seguir.a)a) Exploração exagerada da memorizarão mecânicaCom certeza, a memorização tem seu lugar no processo de aprendizagem,desde que seja uma memorização que chamaremos de significativa. Que se observouna escola da linha dita tradicional foi muita exploração da memorização de dados semalgum sentido para o aluno. Quem não se lembra dos “questionários” usados, sobretudo,no ensino de História e de Geografia, por meio dos quais se enfatizava a memorizaçãorepetitiva e autômata. Professores, buscando estimular os alunos conclamavam: “nãodeixem de estudar (entendido pelos alunos como decorar!) o questionário que passei”.E, quando o professor não se antecipava propondo um questionário, os alunos osolicitavam, pois sabiam que esta seria sua garantia, pois “o professor vai perguntar oque está no questionário”, pensavam eles. E quando isso não acontecia, muitos alunosreclamavam com veemência: “Professor, a questão 4 (quatro) que o senhor passou naprova não estava nem no questionário e nem no caderno dos alunos onde copiamos suaaula”. Eis o reflexo de uma relação na qual a memorização é privilegiada em relação aoutras operações mentais que a escola deve ajudar a desenvolver.b)b) A falta de parâmetros para a correçãoEsta é uma característica encontrada em muitas provas e que “deixa os alunosna mão do professor”. Com a falta de definição de parâmetros, vale o que o professorquer que o aluno responda. Por isso, muitos alunos, na hora das provas, levantam a mão(quando o fazem!) e perguntam: “Professor, o que o senhor quer mesmo com esta questão5?”. Veja, o aluno não pergunta “o que diz a questão 5”, mas deseja saber o que oprofessor quer que se escreva. Ele sabe, na cultura do “toma-lá, dá-cá”, que deve escrevero que o professor quer, mesmo que na questão proposta isto não esteja claro.Certa vez encontrei, em uma prova de Ciências, a seguinte pergunta: “Como é aorganização das abelhas numa colméia?”. O aluno simplesmente respondeu: “É jóia!”. Ainterpretação do aluno está correta para a pergunta feita. E qual será o parâmetro para acorreção? Não está claro na pergunta. Muitas outras respostas podem ser dadas, taiscomo: é maravilhosa, é espetacular, é surpreendente, etc. O que dirá o professor?Certamente dará zero para a questão e justificará sua ação afirmando: “O aluno assistiuminha aula, logo deve saber o que eu quero e da forma como foi dado”. É sobre isso quequeremos chamar a atenção. Essa afirmação traduz uma visão clara da didática queconceituamos como tradicional: o professor (detentor do conhecimento) passou asinformações (leia-se informações e não conhecimentos) aos alunos (receptoresrepetidores)e estes copiaram em seus cadernos (cultura cadernal!) e na hora da provadevem repetir o que receberam (Pedagogia Bancária, denunciada por Paulo Freire).58

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