e princípios, os quais originam as regras da boa convivência social. Sua aplicação não ésimples, se quisermos ser ao mesmo tempo justos e generosos. Ao professor competentecabe perguntar-se continuamente: “quais as regras estabelecidas no contrato pedagógicode minhas relações profissionais com meus alunos?”. Mais do que conhecer as regras épreciso aplicá-las com a orientação da ética, que procura sempre responder à questão:“que conseqüências os meus atos poderão acarretar para os meus alunos?”.CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEXTO 5,9 NÃO É 6,0 - ANALISANDO OSTRÊS PONTOS ABORDADOSJacqueline Elias Lopes Martins1-1- Aluno que obteve médias para aprovação, com freqüência abaixo de 75%.Baseando na lógica de que a escola é uma instituição formal de ensino-aprendizagem,subtende-se que sendo “uma” e “formal”, os sujeitos aprendem e ensinam em outras relaçõessociais, como também, nas interações com diversos objetos do conhecimento, cada vezmais disponibilizados pela tecnologia; principalmente se considerarmos o nosso velho eamigo livro que nos aponta tantos caminhos contraditórios favorecendo, deste modo, umamultiplicidade de aprendizagens que podemos construir se refletirmos criticamente,estabelecendo relações com as “nossas verdades” e as possibilidades que as ciênciasapresentam.Sabemos que nem todos os sujeitos pensam e agem com independência eautonomia em busca constante de conhecimento. Mas se encontramos aquele sujeito queconstrói a sua história de aprendizagens além dos muros e normas da escola, como iremosdesconsiderá-lo apenas em nome da moral que exige o cumprimento de, por exemplo,75% de freqüência anual no conjunto das disciplinas?2-2- Aluno que obteve freqüência maior-igual a 75%, com médias alguns décimosabaixo do previsto no regimento escolar e no projeto político pedagógico.Uma outra situação que comumente ocorre é a representada por aluno que freqüentaregularmente as aulas, participa, se esforça para aprender, mas diante de suas dificuldades,muitas vezes em matéria específica, não obtém média para aprovação prevista no regimentoescolar e projeto político pedagógico. Neste caso, analisemos a mensuração daaprendizagem, que prevista em lei, portanto, moral, limita o professor a quantificar aaprendizagem ou não aprendizagem do aluno, pontuando os seus acertos e erros, quenormalmente servem apenas para classificá-lo em grupos dos que sabem ou não sabem amatéria.Um dos pontos dolorosos desta realidade é que o professor, na maioria das vezes,tem consciência dos avanços significativos do seu aluno, mas a nota e média nem semprecorrespondem à realidade cognitiva do mesmo e o impede de aprová-lo.Mas uma vez, em nome da moral, o professor deixa de ser justo com seu aluno nãopercebendo-o como sujeito e, sim como mais um indivíduo na sua coletividade, pordesconsiderar o seu processo, a sua história de aprendizagens significativas, por conta deregras e normas que quantifica equivocadamente as construções do seu aluno.Isso tudo sem descrever a necessidade de reformulação do currículo em função desuprimir às “culturas inúteis” e trabalhar de fato com propósito de ajudar a formar sujeitoscompetentes, autônomos, criativos, críticos e responsáveis, ou seja, verdadeiros cidadãos.67
Pesquisa e PráticaPedagógica <strong>IV</strong>3-3- Aluno que não cumpriu o prazo para solicitação de segunda chamada.Quanto à segunda chamada, para início de conversa, vamos pensar nalógica do processo de ensino e de aprendizagem. Se em processo, podemosentender que o sistema avaliativo ocorre baseado em construções gradativase não pontuais. Deste modo, torna-se dispensável as famosas semanas deprovas e testes e o uso de tais instrumentos, por algumas razões:a)a) outros instrumentos que não sejam frios, estressantes epontuais, dão conta de constatarem as aprendizagens e nãoaprendizagens dos alunos para que o professor em comunicação comeles, qualifiquem estas construções e dificuldades e, juntos busquempossibilidades de aprendizagens;b)b) as provas e testes, além de contradizerem a lógica daconstrução do conhecimento por serem pontuais e não serem utilizadoscomo instrumentos de constatação do processo do aluno para subsidiara qualificação e tomada de decisão, são estanques do processo e pordesequilibrarem bastante o emocional dos alunos, não asseguram, comfidelidade, a constatação da realidade cognitiva dos mesmos.Isso sem enfocar a “cola” tão natural e até necessária nesses momentos, em que oaluno se vê na obrigação de “cuspir” na prova ou teste os dados ou informações que foiimposto a engolir sem refletir, questionar e/ou argumentar.Com base nas considerações citadas, a segunda chamada perde o sentido se asavaliações de fato ocorrerem no processo e, para isto sabemos que o enfoque tanto para oaluno quanto para o professor precisa ser a aprendizagem significativa, produtiva eprazerosa, não importando assim, o momento que um determinado instrumento foi utilizadopara os presentes, porque em outras oportunidades e com variados instrumentos o processocognitivo, afetivo e psico-social do aluno será constatado, qualificado e mediado semprecom objetivo da aprendizagem contextualizada e, portanto, significativa.Por outro lado, se na lógica do professor as provas e testes ou até mesmo, aquelestrabalhos rígidos e frios fizerem parte da sua prática, é necessário apelar para o bom sensoque a ética propõe e flexibilizar o tempo de solicitação da segunda chamada permitindoque o aluno demonstre o que aprendeu, ou pelo menos, apenas o que este professor desejaconstatar.Responsabilidade ética do profissionalQuanto à responsabilidade em posicionamentos e decisões é preciso ter claro quequalquer caminho que seja seguido é uma escolha e, portanto, uma decisão política. Dessemodo, como atores de nossas histórias e não expectadores passivos e submissos à vontadede outrem, devemos sempre fazer nossas escolhas conscientemente, assumindoresponsabilidades e conseqüências destes caminhos. Enquanto a ética aconselha, respeita,liberta, conscientiza e estabelece relações com os direitos e deveres, acabando por serjusta, sem ser norma ou coesão; na perspectiva da moral, a análise do professor éproporcional a fé cega, o que significa receber “verdades” prontas, inquestionáveis, ondesó tem o trabalho de aceitá-las e reproduzí-las, sentindo-se isento de suas conseqüências.Se a moral pressupõe normas rígidas que, muitas vezes, contrapõem um processodemocrático e construtivo, ela se declara injusta se vista como um entrave à aprovação porconta do percentual de freqüência inferior a 75%, mesmo com média (1); da média final68(1) Considerando aqui que as médiasrepresentam aprendizagens
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