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Formar Leitores para Ler o Mundo - Leitura Gulbenkian - Fundação ...

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158<br />

Há um princípio teórico fundante que determina a ambiência interior da<br />

Casa e a relação umbilical entre a literatura e a leitura ou, colocando a<br />

questão noutros termos, entre a leitura literária e as competências<br />

literácitas. Iluminemos esta questão a partir da noção de promoção da<br />

leitura. A promoção da leitura visa dois objectivos: criar hábitos de<br />

leitura e, simultaneamente, desenvolver competências de compreensão<br />

leitora que possibilitem uma leitura autónoma, reflexiva e crítica.<br />

Especificando, as actividades lúdicas de animação da leitura, assentes na<br />

leitura como um fim em si mesmo, devem desenvolver processos<br />

cognitivos como a antecipação, a indução ou a intertextualidade,<br />

permitindo chegar ao sentido implícito, fazer inferências e construir<br />

hipóteses interpretativas. <strong>Ler</strong> exige como condição necessária uma<br />

interacção íntima entre o leitor e o texto, e o texto literário é o que<br />

melhor cumpre este papel junto dos aprendizes de leitores, mas a<br />

literatura é também um instrumento de capacitação leitora. Do ponto de<br />

vista da recepção leitora, a literatura aparece como um fim em si mesmo,<br />

como um momento de fruição que não exige nada em troca, mas do<br />

ponto de vista do mediador ela é instrumental e visa formar leitores<br />

competentes, capacitados <strong>para</strong> lerem textos complexos, capazes de lerem<br />

nas entrelinhas e no não-dito. Dir-me-ão: «Está a instrumentalizar a<br />

literatura!» Claro que sim, mas respeitando-a tanto quanto um leitor<br />

respeita a literatura «quando a escreve <strong>para</strong> que ela seja possível». <strong>Formar</strong><br />

leitores competentes é diferente do querer formar leitores literários,<br />

exige políticas e estratégias diferentes. Sabendo nós que quanto maior for<br />

a percentagem de leitores competentes, maior será o número de leitores<br />

literários e que um leitor competente pode ser sempre um leitor<br />

resgatado <strong>para</strong> a leitura literária, mas sabendo também que nem todos os<br />

leitores que lêem literatura são leitores literários.<br />

Voltando ao espaço interior da Casa. Há a recriação de uma espacialidade<br />

aberta mas com territórios específicos que idealmente se abrem, se<br />

entrecruzam, em todas as direcções. A Casa foi projectada <strong>para</strong> induzir o<br />

visitante a percorrê-la fosse qual fosse o seu ponto de partida, numa<br />

espécie de carrossel de espaços de conhecimento interligados entre si.<br />

Conforme as suas necessidades e interesses, cada um deambulará por<br />

onde achar mais conveniente, mas sempre acontecerá encontrar-se com<br />

territórios menos conhecidos ou mesmo desconhecidos.<br />

Olhada desde a perspectiva da idealização, a Casa fez nestes três anos o<br />

seu caminho, tornou-se concreta e ganhou vida graças ao trabalho<br />

competente de uma equipa, transformou-se mantendo os traços<br />

essenciais do projecto e, como sempre acontece quando se faz um<br />

caminho, muito mais caminho há <strong>para</strong> andar.<br />

Primeros Contactos<br />

con la Lectura:<br />

Leer sin saber leer<br />

DOLORES GONZÁLEZ LÓPEZ-CASERO*<br />

159<br />

En el Centro Internacional del Libro Infantil y Juvenil trabajamos, desde<br />

el año 1985, con un objetivo muy concreto: fomentar la lectura entre la<br />

población infantil y juvenil, creando <strong>para</strong> ello una variada oferta de servicios<br />

dirigidos a niños, jóvenes, familias y profesionales de distintos sectores<br />

educativos y culturales.<br />

Son muchos los autores e investigadores que constatan el papel tan<br />

importante que juega la lectura de cuentos en el desarrollo de la alfabetización<br />

emergente de los niños/as y cómo este acercamiento a los cuentos<br />

es deseable que comience en edades muy tempranas.<br />

Los libros y las historias contribuyen a potenciar el importante proceso de<br />

prelectura en el que se encuentran los niños, antes de aprender a leer.<br />

La lectura favorece los primeros contactos con el lenguaje, desarrolla la<br />

atención y la capacidad de expresión e inicia a los pequeños en la comprensión<br />

de secuencias narrativas y temporales. Los libros ponen el<br />

mundo a su alcance de una forma simplificada y constituyen un medio<br />

excelente de comunicación entre niños y adultos que refuerzan, además,<br />

las relaciones afectivas.<br />

No cabe duda que los padres tienen un papel primordial a la hora de<br />

fomentar y consolidar el hábito y el gusto por la lectura de sus hijos. El<br />

espacio familiar es un contexto idóneo <strong>para</strong> inculcar valores sociales y<br />

hábitos culturales y ofrece posibilidades inigualables <strong>para</strong> contribuir al<br />

proceso de crear lectores. Planteando la lectura sin obligaciones, ni<br />

exigencias, como algo que se disfruta durante el tiempo de ocio, algo que<br />

a través de la palabra, refuerza los afectos e invita a compartir emociones.<br />

Todas estas consideraciones forman parte de los planteamientos que<br />

desde el centro tenemos en cuenta <strong>para</strong> perfilar programas o iniciativas<br />

de fomento de lectura dirigidos a las familias con niños pequeños y, muy<br />

especialmente, el programa que a continuación voy a detallar.<br />

Para su desarrollo (en las dos etapas: Ronda de libros y Prelectores), el<br />

centro cuenta con un espacio específico <strong>para</strong> realizar actividades con los<br />

usuarios que todavía no saben leer. Se trata de una sala de lectura, que<br />

combina funcionalidad, atractivo y flexibilidad. Cuenta con zonas<br />

*Directora do Centro Internacional do Livro Infantil e Juvenil da <strong>Fundação</strong> Germán Sánchez Ruipérez.

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