184 185 PAINEL 4 A leitura em debate
186 Abertura ANTÓNIO JOSÉ TEIXEIRA* 187 Felicito, antes de mais, a <strong>Fundação</strong> <strong>Gulbenkian</strong> por mais este investimento na leitura, numa leitura competente. O prazer da leitura é também uma ferramenta fundamental <strong>para</strong> interpretar o mundo. Felicito o projecto Casa da <strong>Leitura</strong> que o Serviço de Educação e Bolsas está a espalhar mundo fora. Felicito também a <strong>Fundação</strong> pela realização deste congresso e agradeço a oportunidade <strong>para</strong> partilhar esta leitura, <strong>para</strong> o privilégio de ouvir três «homens de palavra», como diria o saudoso Ruy Belo, que muito aprecio. Quando João Paulo Cotrim e Manuel Carmelo Rosa me convidaram <strong>para</strong> este congresso veio-me à memória um pequeno livro de Roland Barthes, O Prazer do Texto, prefaciado por Eduardo Prado Coelho, poucos dias depois da Revolução do 25 de Abril, uma revolução também, convém dizê-lo, da palavra. Nesse livro, Barthes distinguiu o «texto de prazer: aquele que contenta, enche, dá euforia, aquele que vem da cultura, não rompe com ela, está ligado a uma prática confortável da leitura»; do texto de fruição: «aquele, que coloca em situação de perda, aquele que desconforta (talvez até chegar a um certo aborrecimento), que faz vacilar as bases históricas, culturais, psicológicas, as bases do leitor, a consistência dos seus gostos, dos seus valores e das suas recordações, aquele que faz entrar em crise a sua relação com a linguagem». Prazer e fruição cruzam- -se, alternam, na vida de cada um de nós, são parte da mesma aventura que nos faz ganhar mundo. Barthes deixa nesse livro uma curiosa proposta: a criação da «sociedade dos amigos do texto». Os seus membros não teriam nada em comum, pois não existe forçosamente acordo sobre os textos do prazer, a não ser os seus inimigos, os maçadores de todas as espécies… E <strong>para</strong> não ser maçador, passo à apresentação dos ilustres membros deste painel. Estou entre dois filósofos e um engenheiro, três homens de palavra. Começo por Fernando Savater, a quem dou as boas-vindas. Nasceu em San Sebastian, é conhecido de todos. Licenciado em Filosofia pela Universidade Complutense de Madrid, foi catedrático de Ética durante doze anos na Universidade do País Basco e, a seguir, exerceu durante quinze anos como catedrático de Filosofia da Complutense de Madrid. Escreveu muitos livros – meia centena –, colabora na imprensa, co-dirige uma revista importante em Espanha, Claves de Razón Práctica, e tem muitos dos seus livros de ensaio e ficção traduzidos em Portugal. Considera-se * Jornalista, director da SIC Notícias.
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