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168 ❖ En prelectores: potenciar las estrategias de formación de usuarios que familiarizarían a los niños con el espacio y los recursos de la biblioteca y crear grupos, concentrando edades similares, y asignar, a cada uno de ellos, un día de los cuatro días de la semana en los que tienen lugar las sesiones del programa. ❖ Promocionar, aún más, los servicios creados de modo específico para los adultos: préstamo para padres, club de lectura, charlas/taller…. ❖ Incrementar la dotación de material audiovisual disponible en el préstamo infantil. PROPUESTAS GENERALES PARA DESARROLLAR INICIATIVAS DE ESTE TIPO Biblioteca ❖ Lugar de encuentro en torno a los libros. ❖ Implicar a los padres. ❖ Cuidar de las estrategias y canales de difusión. ❖ Fomentar el uso de los servicios bibliotecarios. Profesionales ❖ Formación en LIJ, motivados y creativos. ❖ Conocedores de la psicología infantil. ❖ Habilidades de comunicación e improvisación. ❖ Capacidad para desarrollar estrategias narrativas. Actividades ❖ Primar lo lúdico. ❖ Estimular a los adultos a participar. ❖ Actividades en grupo (también momentos de atención personalizada). ❖ Utilizar gama amplia de estrategias y recursos. Espacios ❖ Adaptados a los usuarios, acogedores, cómodos y multifuncionales. ❖ Salas amplias, con distintos espacios y ambientes. ❖ Mobiliario atractivo, que facilite el acceso a los materiales. ❖ Sistema de señalización de secciones-rincones y de etiquetado. ❖ Accesos y espacios anexos adecuados. Materiales ❖ Material audiovisual. ❖ Publicaciones para los padres. ❖ Contar con elementos de apoyo (marionetas, juegos instrumentos...). ❖ Ofrecer club de lectura. Os Muitos Retratos da Leitura no Brasil GALENO AMORIM* 169 Um mergulho nos retratos atuais da leitura no Brasil traz à tona algumas revelações surpreendentes. A primeira delas é que, ao contrário do que se supunha, os brasileiros estão lendo mais. É bem verdade que ainda é menos do que se deseja, mas não dá para deixar de reconhecer que os índices nacionais de leitura encontram-se, nestes primeiros anos do novo milênio, bem acima do que se imaginava. A boa nova mais inesperada é, no entanto, outra. Espalhado por seu imenso território continental e com um perfil nada homogêneo, descobriu-se que existe por aí, às vezes nem tão visível, um contingente formidável de 95 milhões de leitores. São pessoas que declaram ter lido pelo menos um livro, seja qual for ele, nos três meses anteriores. Com a cautela devidamente necessária que se deve ter em pesquisas de opinião quantitativas, isso, definitivamente, não é pouco. No entanto, como veremos a seguir, também não é tudo. Uma leitura mais atenta dos resultados de estudos recentes sobre o comportamento leitor da população brasileira pode trazer outras informações interessantes. Mas, por vezes, inquietantes. E, pelo menos, duas grandes constatações: a primeira delas é que existem nesse país tão grande quanto diverso algumas ou várias realidades que são muito distintas entre si também quando o assunto é a prática social da leitura. Ou seja, também aqui vigora o que alguns cientistas sociais batizaram de Belíndia, que é uma mistura da parte rica da Bélgica com a fatia mais pobre da Índia. Ou, ainda, dito de outra forma, existem diversos brasis, que lá convivem, nem sempre tão harmoniosamente assim. A segunda grande constatação é que, para superar as dificuldades e os desafios típicos de um país tão imenso quanto complexo, há tarefas e responsabilidades para todos: para o Estado, o setor privado e a sociedade. E que sem esse esforço coletivo dificilmente se chegará a parte alguma, por maiores e mais bem intencionados que sejam os esforços e a disposição de acertar. Afinal, ao lado dessa quase uma centena de milhões de leitores auto- -declarados, há uma massa humana numericamente assustadora e maior do que a maior parte dos países do mundo, constituída por nada menos do que 77 milhões de não-leitores, que são pessoas que não leram um * Escritor e jornalista. Coordenador do primeiro Plano Nacional do Livro e da Leitura, Brasil.
170 único livro nos meses anteriores. Esse outro exército é formado por boa parte da população pobre, analfabetos absolutos e analfabetos funcionais, mas também por pessoas da classe média e por uma fatia dos mais ricos, gente aparentemente sem dificuldades para ter acesso a bens culturais como o teatro, o cinema e os livros. Chama a atenção nesse grupo o fato de que 1.3 milhões desses não-leitores ostentarem um diploma universitário. Uns e outros convivem, às vezes, muito próximos. Estão nas mesmas regiões, vivem nas cidades e, por vezes, também pertencem aos mesmos grupos sociais. Não raro, não-leitores dividem as mesmas casas, dormitórios e locais de trabalho com os chamados leitores ativos, aquele um grupo que, dependendo do recorte social que se faça, chega a ler algo como 8 livros por ano. O que explica isso? Este último número é quase o dobro da média nacional de leitura (4,7 livros por habitante/ano, segundo apurou a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, coordenado pelo Observatório do Livro e da Leitura). É, evidentemente, muito superior às estatísticas produzidas nas regiões e populações mais pobres ou com menor escolaridade ou com menos acesso à cultura e à educação e entre a população mais velha, agrupamentos onde os índices são incrivelmente baixos. Mas, apesar da pressão cada vez maior da sociedade, e das justas cobranças por políticas públicas cada vez mais abrangentes e profundas – até como forma de assegurar uma boa educação e o acesso a bibliotecas públicas de qualidade –, não se pode deixar de reconhecer que tem havido avanços importantes nesta década. E que, na média, os brasileiros estão, de fato, lendo mais. Ou um pouco mais, pelo menos. Há, pontualmente, outras notícias auspiciosas. Uma delas, por exemplo, é que as pessoas no Brasil voltaram a ler poesia, que já aparece nas estatísticas de leitura como um dos cinco gêneros da literatura mais lidos e apreciados pelos leitores locais, especialmente os mais jovens, o que é bom. Todos receberam bem o fato de Monteiro Lobato (que inaugurou, na primeira metade do século XX, a moderna literatura infanto-juvenil brasileira e, de certa forma, como editor, inventou o atual mercado editorial do País, o oitavo maior do planeta) aparecer como o escritor brasileiro mais admirado de todos os tempos. O júbilo faz todo sentido: o escritor, morto em meados do século passado, permaneceu duas décadas sem que seus livros fossem reeditados. A mesma pesquisa acabaria por imprimir um caráter científico à percepção generalizada sobre o papel da escola enquanto espaço privilegiado para a formação de leitores. Entre os 60 milhões de brasileiros matriculados em qualquer um dos níveis de ensino, da Educação Infantil à Pós Graduação, a leitura chega a ser duas vezes maior do que entre os leitores que já deixaram o ensino regular. As pistas 171 encontradas sugerem que talvez o Brasil tenha finalmente encontrado o rumo certo para enfrentar seus problemas com a não-leitura. Mas o estudo não traçou, seguramente, um cenário cor-de-rosa para esta questão. Trouxe também notícias que não são tão boas assim e, ao mesmo tempo, faz uma advertência bastante séria: o ritmo e a velocidade das ações, sobretudo as governamentais, para ampliar o acesso aos livros, aumentar o número de leitores e fortalecer a prática social da leitura ainda estão deixando a desejar. São, por ora, insuficientes. E, provavelmente, muitos daqueles que possuem algum tipo de responsabilidade nesse tema provavelmente não estão conseguindo fazer direito sua lição de casa e tudo aquilo que se esperava deles. Das milhares de informações e gráficos resultantes dos cruzamentos dos dados colhidos em fins de 2007 junto a 5 mil pessoas a partir de 5 anos de idade, que deu uma amostra representativa de 172 milhões de habitantes, incluindo analfabetos e não-leitores em geral, é possível extrair duas grandes notícias no campo institucional. A notícia boa é que a pesquisa pôde escancarar, aos olhos de todos, não deixando qualquer dúvida quanto a isso, que quando o Estado investe seriamente em políticas públicas – o que, afinal, é seu dever – os resultados não tardam a aparecer. Para tanto, bastar espiar os índices de leitura produzidos pelas crianças e jovens que frequentam as escolas: são quatro ou cinco vezes maiores do que em outros segmentos da população. Antes que gestores e educadores saíssem para comemorar, com toda razão, essa constatação, o estudo tratou também de trazer à luz outra questão, esta sim preocupante: a escola está falhando em sua missão de formar leitores que gostem de ler e continuem a fazer isto mesmo depois que estiverem longe dela. Ou seja, que além de dominar as habilidades técnicas da leitura (quando esse aprendizado realmente acontece, pois medições internacionais indicam que é ruim o desempenho dos alunos brasileiros em compreensão leitora, quando comparados com colegas de outros países), façam isso com prazer. Outra notícia não muito boa é que, apesar dos avanços recentes, a sociedade brasileira, embora associe a questão da leitura ao conhecimento e de forma altamente positiva, ainda não consegue reconhecer a questão do livro e da leitura como um valor social e estratégico para seu futuro. Talvez por isso os governos hesitem tanto em conferir a ela a dimensão de política de Estado, o que significa orçamentos públicos dignos, estrutura mínima para aplicá-los e, principalmente, uma clara definição dos papéis a serem exercidos pelos vários entes do sistema político-administrativo do país, representado pela administração federal, pelos governos dos estados e pelos municípios. Um exemplo disso é a percepção e o uso que a população brasileira faz, e também foi medido pela pesquisa, de suas bibliotecas, um serviço
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