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Ibérica na região de Trás-os-Montes (NE Portugal) - Universidade ...

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CAD. LAB. XEOL. LAXE 26 (2001) O Vulcanismo <strong>na</strong> transição Câmbrico/Ordovícico 123<br />

INTRODUÇÃO<br />

A transição Câmbrico/Ordovícico no<br />

autóctone da Zo<strong>na</strong> Centro <strong>Ibérica</strong> (ZCI)<br />

tem sido objecto <strong>de</strong> estudo e discussão<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> longa data. No entanto, permanecem<br />

ainda por resolver algumas questões<br />

que se pren<strong>de</strong>m com as ida<strong>de</strong>s da Fm. <strong>de</strong><br />

Desej<strong>os</strong>a (SOUSA, 1982) e d<strong>os</strong> conglomerad<strong>os</strong><br />

que a ela se sobrepõem, geralmente<br />

em discordância. A ausência <strong>de</strong> fósseis<br />

característic<strong>os</strong>, o metamorfismo e a <strong>de</strong>formação,<br />

por vezes acentuada, parecem ser<br />

<strong>os</strong> principais responsáveis por este impasse.<br />

O exame <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong> alguns d<strong>os</strong> fenómen<strong>os</strong><br />

geológic<strong>os</strong> ocorrid<strong>os</strong> <strong>na</strong>quele período<br />

po<strong>de</strong>, contudo, contribuir <strong>de</strong> forma significativa<br />

para a clarificação <strong>de</strong> algumas<br />

das questões em aberto. O vulcanismo é<br />

um d<strong>os</strong> fenómen<strong>os</strong> mais importantes,<br />

tendo repercussões a peque<strong>na</strong> escala.<br />

Os vári<strong>os</strong> episódi<strong>os</strong> vulcânic<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

características expl<strong>os</strong>ivas, com emissão <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cinzas e sua rápida<br />

dispersão por vastas áreas, aparentam constituir<br />

um marcador estratigráfico importante<br />

que po<strong>de</strong>rá servir <strong>de</strong> elemento <strong>de</strong><br />

correlação entre <strong>os</strong> vári<strong>os</strong> locais.<br />

A análise mes<strong>os</strong>cópica <strong>de</strong>talhada das<br />

litologias características das formações que<br />

marcam a transição Câmbrico/Ordovícico,<br />

complementada pela observação micr<strong>os</strong>cópica<br />

d<strong>os</strong> minerais e estruturas presentes,<br />

permite concluir que o vulcanismo ácido<br />

expl<strong>os</strong>ivo está presente <strong>na</strong> área em estudo,<br />

em tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> locais on<strong>de</strong> foi p<strong>os</strong>sível observar<br />

a passagem do Câmbrico ao<br />

Ordovícico. O vulcanismo em causa está<br />

representado por níveis tufític<strong>os</strong> com<br />

matriz sericítica, <strong>na</strong> qual se reconhece<br />

ainda uma componente sedimentar <strong>de</strong>trí-<br />

tica importante. Vári<strong>os</strong> são <strong>os</strong> autores que<br />

referem a presença <strong>de</strong> episódi<strong>os</strong> vulcânic<strong>os</strong><br />

no Ordovícico Inferior da Zo<strong>na</strong> Centro<br />

<strong>Ibérica</strong> (ZCI) da <strong>região</strong> transmonta<strong>na</strong><br />

(CRAMEZ, 1962; RIBEIRO et al., 1962;<br />

RIBEIRO, 1974; SILVA et al., 1991,<br />

1994; COKE et al., 1995), embora não se<br />

conheçam estud<strong>os</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe sobre a sua<br />

<strong>na</strong>tureza petrogenética, com excepção para<br />

<strong>os</strong> trabalh<strong>os</strong> <strong>de</strong> CRAMEZ (1962) sobre <strong>os</strong><br />

"Quartzo queratófir<strong>os</strong>" aflorantes em<br />

Eucísia e, mais recentemente, <strong>os</strong> estud<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvid<strong>os</strong> por COKE et al (1995a) <strong>na</strong><br />

Serra do Marão. Todavia, em term<strong>os</strong> paleogeográfic<strong>os</strong><br />

e geodinâmic<strong>os</strong>, algumas das<br />

questões directamente relacio<strong>na</strong>das com o<br />

vulcanismo po<strong>de</strong>m ser imediatamente<br />

colocadas: on<strong>de</strong> estaria(m) localizado(s)<br />

o(s) centro(s) emissore(s)? Qual a sua génese?<br />

Qual a sua ida<strong>de</strong> concreta? As resp<strong>os</strong>tas<br />

a estas questões ficarão em aberto e<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão certamente <strong>de</strong> estud<strong>os</strong> mais<br />

alargad<strong>os</strong> no domínio da geoquímica e<br />

petrologia, ainda não realizad<strong>os</strong>.<br />

METODOLOGIA<br />

Para a realização do presente estudo,<br />

foram seleccio<strong>na</strong>d<strong>os</strong> alguns locais on<strong>de</strong> a<br />

exp<strong>os</strong>ição do contacto<br />

Câmbrico/Ordovícico f<strong>os</strong>se a<strong>de</strong>quada ao<br />

estabelecimento <strong>de</strong> colu<strong>na</strong>s litoestratigráficas<br />

<strong>de</strong> referência: ramo S da Serra do<br />

Marão, Serrinha (NW da Eucísia), Quinta<br />

do Cuco (SW <strong>de</strong> Moncorvo) e S. Gabriel<br />

(NW <strong>de</strong> Castelo Melhor).<br />

Com vista à caracterização do vulcanismo,<br />

proce<strong>de</strong>u-se à am<strong>os</strong>tragem <strong>de</strong> alguns<br />

níveis on<strong>de</strong> este está bem representado,<br />

sendo empreendida a sua análise geoquímica<br />

quando <strong>os</strong> exemplares colhid<strong>os</strong> inte-

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