18.02.2013 Views

2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq

2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq

2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>2º</strong> PRÊMIO CONSTRUINDO A IGUALDADE DE GÊNERO 0<br />

da socieda<strong>de</strong> norte americana <strong>de</strong> menopausa é que segundo estudo baseado em evidências, o<br />

uso da isoflavona na menopausa são inconclusivos (The North American Menopause Society,<br />

000).<br />

As narradoras que utilizam ou não a TRH, o fazem fundamentalmente baseadas no<br />

conhecimento empírico adquirido nas conversas com outras mulheres ou por meio <strong>de</strong> informação<br />

obtida na mídia – escrita e falada. Poucas referem-se a algum tipo <strong>de</strong> conhecimento científico,<br />

e quando têm, raramente foi fornecido pelos profissionais da saú<strong>de</strong>, particularmente pelos<br />

médicos. Tal fato, à luz da saú<strong>de</strong> pública, nos obriga a refletir sobre a qualida<strong>de</strong> da assistência<br />

oferecida às mulheres na perimenopausa, bem como sobre a medicalização e expropriação da<br />

saú<strong>de</strong> dos corpos femininos nos serviços oferecidos.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

A medicalização <strong>de</strong> uma condição biológica universal, nos fez pensar no motivo <strong>de</strong> isso<br />

vir ocorrendo. O momento histórico na socieda<strong>de</strong> atual é consi<strong>de</strong>rado por alguns estudiosos<br />

como pós-mo<strong>de</strong>rno. Na pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> encontramos a <strong>de</strong>sconstrução do curso da vida com<br />

a tendência a uma maior flexibilida<strong>de</strong> e varieda<strong>de</strong> nestas fases. Enquanto, que no biológico<br />

não po<strong>de</strong>mos re<strong>de</strong>senhar o mapa do curso da vida, não po<strong>de</strong>mos eliminar estágios ou colocálos<br />

em outra or<strong>de</strong>m, porque o curso da vida humana tem como premissa fases prece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Nas socieda<strong>de</strong>s emergentes pós-mo<strong>de</strong>rnas a fase da mulher na menopausa é apresentada<br />

com imagens que a retratam como uma fase da vida na qual a juventu<strong>de</strong>, a vitalida<strong>de</strong>, a<br />

sexualida<strong>de</strong> e a atrativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser mantidas por meio <strong>de</strong> condutas <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> como o estímulo aos exercícios físicos, hábitos alimentares, controle do peso, evitando<br />

o tabagismo e outros. Estas mudanças nos hábitos <strong>de</strong> vida são úteis tanto quanto a reposição<br />

hormonal.<br />

Nas narrativas das <strong>de</strong>poentes houve uma aclamação geral por maiores esclarecimentos e<br />

conhecimentos <strong>de</strong>sta fase da vida da mulher nas instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e nos outros meios <strong>de</strong><br />

comunicação. E para encarar esse <strong>de</strong>safio vimos como enfermeira a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter uma<br />

abordagem interdisciplinar na assistência às mulheres na menopausa, por enten<strong>de</strong>r tratar-se<br />

<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> seres humanos em diferentes contextos sociais e culturais.<br />

O princípio <strong>de</strong> que o uso da TRH <strong>de</strong>veria ser consi<strong>de</strong>rado em toda mulher na perimenopausa<br />

e pós-menopausa, o chamado mito wilsoniano, precisa ser <strong>de</strong>smantelado. É preciso que se<br />

faça uma análise cuidadosa individual dos riscos e benefícios, esclarecendo a mulher sobre a<br />

terapia que vai se submeter. Além dos impedimentos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m médica, é importante consi<strong>de</strong>rar<br />

que existem situações que contra-indicam o uso da TRH como o baixo nível <strong>de</strong> colaboração,<br />

dificulda<strong>de</strong> intelectual, social ou econômica e resistência por parte da mulher, apesar dos<br />

esclarecimentos.<br />

Enten<strong>de</strong>mos ser apropriado o investimento na assistência à saú<strong>de</strong> e na participação social<br />

das mulheres na perimenopausa para que tenhamos na próxima geração <strong>de</strong> idosos uma<br />

população com conhecimento do que é o envelhecer com qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Vale <strong>de</strong>stacar<br />

que, a geração que hoje está na fase da transição menopáusica fará parte da sexta população<br />

do mundo em número <strong>de</strong> idosos, previsto para 0 5 no Brasil.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Este trabalho recebeu incentivo da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível<br />

Superior (CAPES). Integra a linha <strong>de</strong> pesquisa Fundamentos e Práticas <strong>de</strong> Enfermagem em<br />

Saú<strong>de</strong> Coletiva do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Enfermagem da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

São Paulo.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIICAS<br />

BAGGIO, M.A., 000. Depressão no climatério. In: Climatério (R.Marinho), p. - 6, Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Medsi.<br />

BAGNOLI, V.R.; FONSECA, A .M. da., 999.Etiopatogenia do climatério. In: Síndromes climatéricas. (N.A<br />

.P. Sampaio, A.M. da Fonseca, V.R. Bagnoli, H.W. Halbe, J.A. Pinotti), p.9- , São Paulo:Atheneu.<br />

BORDIEU, P., 998. O po<strong>de</strong>r simbólico. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!