2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq
2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq
2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>2º</strong> PRÊMIO CONSTRUINDO A IGUALDADE DE GÊNERO 97<br />
A experiência da perimenopausa e pós-menopausa com mulheres<br />
que fazem uso ou não da terapia <strong>de</strong> reposição hormonal<br />
Sônia Maria Garcia Vigeta 1<br />
Orientadora: Ana Cristina Passarella Brêtas 1<br />
INTRODUÇÃO<br />
O conhecimento sobre o envelhecimento da população humana constitui em um fenômeno<br />
relativamente recente na história da humanida<strong>de</strong>. A média <strong>de</strong> sobrevida das mulheres na Ida<strong>de</strong><br />
Média era <strong>de</strong> 5 anos, só no início século XX com os avanços científicos é que a expectativa<br />
<strong>de</strong> vida po<strong>de</strong> chegar aos 50 anos. No Brasil a esperança <strong>de</strong> vida média ao nascer da mulher<br />
brasileira no ano 00 foi <strong>de</strong> 68,8 anos (Netto, Ponte, 996; Marinho, 000; IBGE, 00 ).<br />
Com o aumento da expectativa <strong>de</strong> vida, as mulheres passaram a sobreviver um tempo<br />
suficiente para po<strong>de</strong>r experimentar mudanças em seus corpos, o que muitas gerações anteriores<br />
não conseguiram vivenciar.<br />
As mulheres que hoje chegam na menopausa fazem parte da geração baby boom, que é<br />
caracterizada por pessoas que nasceram após a Segunda Gran<strong>de</strong> Guerra Mundial.Essa geração<br />
foi em gran<strong>de</strong> parte a responsável por mudanças sócio-culturais importantes, principalmente na<br />
década <strong>de</strong> 60 do século passado e estão promovendo uma re<strong>de</strong>finição da ida<strong>de</strong> madura(Oliveira,<br />
999).<br />
Estudos em que a população foi questionada em geral a sobre o que é climatério ou<br />
menopausa, verificou-se que a quantida<strong>de</strong> e a qualida<strong>de</strong> das informações são muito baixas<br />
(Santos, 995). Pesquisas comparativas mostram que em algumas socieda<strong>de</strong>s não existe<br />
um termo, empírico ou científico, equivalente para a menopausa. Os sintomas que são<br />
i<strong>de</strong>ntificados no Oci<strong>de</strong>nte, po<strong>de</strong>m estar ausentes em outras socieda<strong>de</strong>s, ou se presentes, tidos<br />
como insignificantes. Po<strong>de</strong>mos, portanto, <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r que a consciência e a percepção social da<br />
imagem do corpo não são universais (Featherstone, 99 ; Hardy et al, 995; Uchôa, 00 ).<br />
O relatório do grupo técnico <strong>de</strong> pesquisa sobre “Menopausia en los años noventa”,<br />
publicado pela Organización Mundial <strong>de</strong> la Salud (OMS) em 996, menciona que já em 980,<br />
este órgão internacional recomendava que fossem investigadas as características e os efeitos<br />
da menopausa nas mulheres dos países em <strong>de</strong>senvolvimento, entretanto pouco foi feito.<br />
Solicitava ainda a utilização <strong>de</strong> termos <strong>de</strong>finidos para a fase da menopausa a fim <strong>de</strong> que fosse<br />
possível comparar resultados <strong>de</strong> trabalhos publicados em diferentes lugares do mundo, visando<br />
formar um consenso técnico. Sugeria também o abandono do termo climatério que, embora<br />
consagrado pelo uso, tem gerado ambigüida<strong>de</strong>s no meio científico.<br />
A OMS ( 996) recomenda a utilização dos termos: “menopausa natural” para o evento<br />
da parada permanente da menstruação, que é resultante da perda da ativida<strong>de</strong> folicular dos<br />
ovários e só é reconhecido retrospectivamente após um ano <strong>de</strong> amenorréia, sem outra causa<br />
patológica ou psicológica; “perimenopausa” ou “climatério” para o período quando surgem<br />
as irregularida<strong>de</strong>s menstruais e queixas vasomotoras, que antece<strong>de</strong>m a menopausa e vão até<br />
o primeiro ano seguinte a ela; ”transição menopáusica” é o termo relacionado ao que na<br />
prática equivale a perimenopausa; “pré-menopausa” é o período total reprodutivo, anterior<br />
à menopausa; “pós-menopausa” correspon<strong>de</strong> ao período após o evento da menopausa,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte se a menopausa foi natural ou induzida e se prolonga até uma ida<strong>de</strong> avançada.<br />
Compreen<strong>de</strong>-se que esse limite se dê através da homeostase hormonal que ocorre na velhice<br />
quando a carência estrogênica fica compensada pela perda progressiva dos receptores<br />
estrogênicos (OMS, 996; Bagnoli&Fonseca, 999).<br />
O primeiro estudo brasileiro sobre menopausa foi realizado no município <strong>de</strong> Campinas no<br />
Estado <strong>de</strong> São Paulo que caracterizou as usuárias <strong>de</strong> terapia <strong>de</strong> reposição hormonal (TRH),<br />
tratou-se <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong>scritivo <strong>de</strong> corte transversal, tipo inquérito populacional domiciliar,<br />
Departamento <strong>de</strong> Enfermagem, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo. vigeta@uol.com.br