<strong>2º</strong> PRÊMIO CONSTRUINDO A IGUALDADE DE GÊNERO 5 cresce e ganha intensa forma, as indústrias ambiciosas em torno do lucro diminuem o salário dos trabalhadores e, por conseguinte, reduz o po<strong>de</strong>r e a imagem do homem <strong>de</strong> sustentação, inserindo as mulheres no contexto. Elas ganharam, <strong>de</strong>sse modo, espaços para se <strong>de</strong>stacarem e realizarem funções <strong>de</strong> sustentação e po<strong>de</strong>r que eram, até então, <strong>de</strong>stinada aos homens. Um avanço, pela exigência, seguido <strong>de</strong> um marketing escondido. Dá início a fase da super-mulher <strong>de</strong> duas jornadas: o papel que se <strong>de</strong>stinava apenas ao homem é incluído também às suas páginas, porém as cores do tinteiro continuam um pouco distintas. Ela é a rainha do lar, cuida dos filhos, trabalha e agora também sustenta. A cobrança é em dobro, a responsabilida<strong>de</strong> também, e o preço que se recebe é injusto. Salários <strong>de</strong>siguais que <strong>de</strong>spertam uma parcial in<strong>de</strong>pendência, mas, não impe<strong>de</strong>m a autonomia que se intensifica cada vez mais. Ainda há uma distorção, mas, agora, com limites, limites em expansão, trabalhando com o tempo, <strong>de</strong>stacados em uma placa: “Estamos em Reforma”. Mas não é somente mudando o preço que se obtém o lucro. A socieda<strong>de</strong> persiste em algumas características, como todo boneco <strong>de</strong> sucesso que já saiu <strong>de</strong> linha. A violência física contra a mulher, por exemplo, é brutal, e por si, contrária à preservação da vida social. É, muitas vezes, um crime silencioso e, por isso, perigosa e difícil <strong>de</strong> ser combatida. A socieda<strong>de</strong> ainda sofre com bases que <strong>de</strong>sfavorecem a igualda<strong>de</strong> e, ainda hoje, se vêem casos <strong>de</strong> agressões, estupros, ameaças, provocações e <strong>de</strong>terminações herdadas <strong>de</strong> um passado sem limite. Homossexuais também são vítimas <strong>de</strong> preconceito, mas a <strong>de</strong>núncia dificilmente é feita, em ambos os casos: ou preferem manter a integrida<strong>de</strong> e o tradicionalismo familiar, ou recebem ameaças ou tem vergonha <strong>de</strong> se manifestarem. Homossexuais, com sentimentos, com vida, com igual amor; a mulher, que cuida, que dá carinho e afeto, que acolhe, que é mãe, que é o refúgio; humanos que muitas vezes parecem longe da proteção dos direitos humanos, sendo <strong>de</strong>smerecidos diante <strong>de</strong> vestígios <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> hipócrita e que apela até à violência para <strong>de</strong>signar preconceito e autorida<strong>de</strong>. E haja planejamento para a obra completa. À busca em cimentos e tijolos que aju<strong>de</strong>m a construir igualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> salários em funções idênticas; que equilibre a participação no mercado <strong>de</strong> trabalho; que sejam vigorosos em uma legislação mais moldada à gravi<strong>de</strong>z in<strong>de</strong>sejada; que diminuam a alta taxa <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> entre as jovens menores <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s e/ou mais pobres; que ajam ao combate à cruelda<strong>de</strong> da violência doméstica; que integrem e acolham homossexuais; que mulheres e homens – acima <strong>de</strong> tudo, pessoas – tenham o direito <strong>de</strong> ter seus próprios <strong>de</strong>sejos. A construção <strong>de</strong> poucos dólares dos mais necessitados financeiramente se faz um ciclo vicioso, e é preciso informação e segurança – que fazem parte do processo <strong>de</strong> educação, e também <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s no, tão influente, mercado. A tendência é o superávit para envolver todas e todos que têm responsabilida<strong>de</strong> histórica na <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos. Com o direito ao voto, o avanço das leis <strong>de</strong> proteção à mulher, a <strong>de</strong>legacia feita por elas e para elas, com a in<strong>de</strong>pendência social que a cada dia a mulher conquista mais, tanto no mercado <strong>de</strong> trabalho como na vida política e pública, com as associações <strong>de</strong> homossexuais ganhando força <strong>de</strong> expressão, com a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros pelo menos sendo tentada, o mundo muda, as mentes mudam... O cenário é cada vez melhor, os clientes atuais têm mais consciência <strong>de</strong> seus direitos e mais liberda<strong>de</strong> nas suas ações, transmitindo tais características aos novos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, frutos <strong>de</strong> tais mudanças, produtos <strong>de</strong> novos lotes, lotes <strong>de</strong> novos produtos. O efeito <strong>de</strong> bonecas e bonecos se converte em manequins humanos em ação, sem retoques supérfluos: vonta<strong>de</strong>s fora da cesta, vonta<strong>de</strong>s próprias. Mas a cesta, sozinha, não <strong>de</strong>fine a loja. Manequins autônomos? Sorria!(?) Você po<strong>de</strong> estar sendo fabricado. Eles – os manequins – são novos, e surgem: políticas(os), donos(as) <strong>de</strong> casa, juízas(es). A loja sob nova administração, <strong>de</strong> vestidos e ternos pela mesma oferta, letreiros piscando <strong>de</strong> uma só vez, <strong>de</strong> uma só luz, esclarecendo meninas e meninos <strong>de</strong> quaisquer ida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> quaisquer cores, <strong>de</strong> quaisquer sabores. Esperanças em um monopólio <strong>de</strong> forças não mais guiado pelo sexo, mas, exclusivamente, orientando-se para o avanço. E as transações inspiram e aspiram recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lucros, sucessos, oportunida<strong>de</strong>s. Pretensões <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> direito e <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>, que po<strong>de</strong>m ser mera utopia <strong>de</strong> algumas cabeças, mas espera-se a confiança e esperança na justiça dos humanos, porque estes têm sonhos e, também, coração.
6 <strong>2º</strong> PRÊMIO CONSTRUINDO A IGUALDADE DE GÊNERO <strong>2º</strong> <strong>Prêmio</strong> <strong>Construindo</strong> a <strong>Igualda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Gênero</strong> Artigos científicos premiados - graduação Os 5 artigos científicos <strong>de</strong> estudantes <strong>de</strong> graduação [ 6 (8 ,8 %) <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> mulheres e 8 ( 8, 8%) <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> homens], <strong>de</strong> diferentes universida<strong>de</strong>s brasileiras e áreas disciplinares, <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s da fe<strong>de</strong>ração, <strong>de</strong>monstram o interesse que o <strong>Prêmio</strong> <strong>de</strong>spertou em todo o país. Uma equipe técnica do <strong>CNPq</strong> realizou a pré-seleção dos trabalhos científicos monográficos do ensino superior, sendo encaminhados para análise final da comissão julgadora 05 trabalhos <strong>de</strong> graduação. A comissão julgadora do <strong>Prêmio</strong> <strong>Construindo</strong> a <strong>Igualda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Gênero</strong>, categoria estudantes <strong>de</strong> graduação foi integrada por Eleonora Mececucci <strong>de</strong> Oliveira (UNIFESP) - presi<strong>de</strong>nta da Comissão; Antônio Flávio Pierucci (Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo); Marlene Neves Strey (Pontífice Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> São Paulo); Dagmar Elisabeth Estermann Meyer (Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul); Eni Mesquita Samara (Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo); Mary Therezinha Alexandre Simen Rangel (Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense); e Miriam Gol<strong>de</strong>mberg (Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro). A comissão reuniu-se na se<strong>de</strong> do <strong>CNPq</strong>, dia <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 006, para <strong>de</strong>finir os trabalhos premiados. As(os) autoras(es) dos melhores artigos científicos da graduação foram premiadas(os) com bolsas iniciação científica e R$ 5.000,00 (cinco mil reais).