2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq
2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq
2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
6<br />
<strong>2º</strong> PRÊMIO CONSTRUINDO A IGUALDADE DE GÊNERO<br />
Como percebemos, esses exemplos respon<strong>de</strong>m a um padrão cultural, em que as mulheres<br />
são as vítimas. Simone <strong>de</strong> Beavoir, gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>fensora das causas feministas, já dizia: “Ninguém<br />
nasce mulher, torna-se mulher”. Dessa forma, cabe pensar que são os papéis sociais, as<br />
condições culturais, as quais estão submetidas que as constróem. E como cultura obe<strong>de</strong>ce<br />
a um padrão, uma norma, quem não se encaixa é brutalmente recriminado, torna-se vítima<br />
do preconceito. No Brasil e no mundo, os que não se enquadram no padrão pré-estabelecido<br />
são os comumente chamados <strong>de</strong> minorias, como os negros, as mulheres, os homossexuais, os<br />
índios, os velhos. O que gera o preconceito, é chamado <strong>de</strong> diferença, e é para garanti-las que<br />
muita gente luta.<br />
Também as diferenças sexuais são as causas <strong>de</strong> discriminação social. A socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal<br />
cristã <strong>de</strong>terminou em um dado momento que o certo o normal, é o heterossexual. Ter uma<br />
opção sexual diferente significa também <strong>de</strong> certa forma optar pela <strong>de</strong>saprovação constante,<br />
pela tortura emocional, pela perseguição.<br />
On<strong>de</strong> resi<strong>de</strong> a superiorida<strong>de</strong>? Quem são esses alguns para excluir, recriminar e serem<br />
“indiferentes” a pessoas diferentes? Nem melhores, nem piores do que ninguém. O sentimento<br />
que os move é o da ignorância, gerador da violência e do sofrimento. Ignorância social que<br />
<strong>de</strong>ve ser combatida através da educação nas escolas e na imprensa.<br />
Nenhuma mudança, que se tem notícia, foi entregue <strong>de</strong> graça àqueles que se sentiram<br />
sonegados em seus direitos. A luta por uma socieda<strong>de</strong> igual em direitos é uma exigência<br />
inclusive para legarmos um mundo melhor <strong>de</strong> se viver para as futuras gerações. Lutar pela<br />
inclusão <strong>de</strong> mulheres no mercado <strong>de</strong> trabalho e remuneração justa e igual às dos homens.<br />
Lutar pela inclusão <strong>de</strong> mais mulheres na política. Lutar para que as filhas e filhos tenham<br />
educação para a igualda<strong>de</strong>. Lutar por políticas públicas que invistam nessa educação. Lutar<br />
para que os dados, as estatísticas cheguem até as pessoas que lidam com educação para que<br />
possam ter esse conhecimento e divulgá-los. Lutar para que os profissionais da educação sejam<br />
capacitados para que discutam com seus alunos e alunas as questões <strong>de</strong> gênero, promovendo<br />
a mudança na escola. Lutar para que os meios <strong>de</strong> comunicação sejam obrigados a tornar<br />
normais a presença <strong>de</strong> homossexuais, nos programas televisivos, nas novelas, nas minisséries,<br />
nas redações dos jornais, e não apenas como motivo <strong>de</strong> chacota nos programas <strong>de</strong> humor, pois<br />
sabemos que é através da brinca<strong>de</strong>ira que o preconceito se dissemina. Lutar para que as pessoas<br />
sejam estimuladas a <strong>de</strong>nunciar todo tipo <strong>de</strong> agressão e para que os que não cumprirem a lei<br />
sejam punidos. Lutar para que mais homens se engajem nessa luta, seja nas ações cotidianas,<br />
seja no movimento feminista que garantiu conquistas importantes, o que faz com que hoje as<br />
mulheres possam pelo menos reivindicar uma posição mais igual na socieda<strong>de</strong>.<br />
Enfim, lutar para que na socieda<strong>de</strong> as diferenças <strong>de</strong> gênero sejam respeitadas e ninguém<br />
seja presa <strong>de</strong> ninguém. Para isso já passou da hora <strong>de</strong> repensarmos a norma, a regra, on<strong>de</strong> as<br />
mulheres e homens, velhos e velhas, gordos e gordas, loucos e loucas, feios e feias, índios e<br />
índias, afros e <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, euros e <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r aquisitivo não<br />
sejam medidos biologicamente, classificados, e sim respeitados, respeitadas e compreendidos<br />
em suas diferenças. Dessa forma, essa socieda<strong>de</strong> mostrará que estas construções foram<br />
naturalizadas e na verda<strong>de</strong> elas não o são, por que afinal violência e discriminação são<br />
comportamentos aprendidos culturalmente.<br />
Carrinho ou boneca<br />
Tayná Rubbo - Escola Técnica Estadual Conselheiro Antônio Prado – SP<br />
Assim que uma criança nasce, providências são tomadas em relação a ela. Se for menino,<br />
carrinhos, roupinhas azuis, bonecos <strong>de</strong> super-heróis “chovem” ao seu redor. Se for menina,<br />
bonecas, lacinhos <strong>de</strong> cabelo, roupinhas rosa, ursinhos rosa e tudo o que se possa imaginar<br />
rosa, chegam à criança como um “bombar<strong>de</strong>io” <strong>de</strong> objetos.<br />
Então, ela cresce e registra todas essas situações... Todas essas convenções, melhor dizendo.<br />
Por que não se vê menininhas quando bebê usando azul ou meninos usando rosa? “É contra a<br />
natureza”, “Porque as coisas sempre foram assim”... São as respostas mais comuns!