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2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq

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<strong>2º</strong> PRÊMIO CONSTRUINDO A IGUALDADE DE GÊNERO<br />

importantes foram sendo conquistadas pelas mulheres, como o direito ao voto, à educação, ao<br />

ingresso no mercado <strong>de</strong> trabalho e tantos outros. Graças a isso, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que, na<br />

maioria das regiões do mundo, a realida<strong>de</strong> da mulher atual é bem melhor do que a realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> séculos atrás.<br />

No entanto, é preciso que reconheçamos que o que já foi conquistado até hoje pelas<br />

mulheres foi só o princípio da luta por direitos iguais, pois ainda são muitas as barreiras que<br />

impe<strong>de</strong>m que as mulheres alcancem a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos. Afinal, a discriminação contra<br />

elas ainda po<strong>de</strong> ser sentida no dia-a-dia em muitas ocasiões. Seja em um banco ao receber<br />

salários menores que os dos homens para igual função, nas casas on<strong>de</strong> maridos praticam<br />

agressões verbais e físicas sem sofrer nenhuma punição legal, ou nas regiões on<strong>de</strong> as mulheres<br />

têm menor acesso à educação e são alvos <strong>de</strong> práticas como a exploração sexual e do tráfico<br />

internacional <strong>de</strong> mulheres. Além disso, ainda existem países, especialmente no Oriente, on<strong>de</strong><br />

o pai ou marido ainda tem total controle sobre a vida da mulher, a ponto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r impedi-la<br />

<strong>de</strong> ter uma vida social, <strong>de</strong> expressar seu ponto <strong>de</strong> vista, e até mesmo ter o direito <strong>de</strong> mutilá-la,<br />

promover castigos físicos e abusos sexuais. Vemos que, nesse caso, não se trata, portanto, <strong>de</strong><br />

uma questão cultural, como alguns po<strong>de</strong>m argumentar, pois a cultura <strong>de</strong> um povo <strong>de</strong>ve ser<br />

respeitada e preservada até o ponto em que não atinja a lei fundamental que confere a todos<br />

os seres humanos o direito a uma vida digna.<br />

Esse é o painel sobre o qual po<strong>de</strong>mos perceber o quanto ainda precisa ser superado<br />

no quesito preconceito <strong>de</strong> gênero. Ele é um duro exemplo <strong>de</strong> que nossa socieda<strong>de</strong> ainda fecha<br />

os olhos e mantém em silêncio boa parte dos anseios e necessida<strong>de</strong>s das mulheres <strong>de</strong> nosso<br />

tempo e que ainda precisamos encontrar caminhos que nos conduzam a um futuro mais justo<br />

para mulheres e homens. Caminhos, estes, que po<strong>de</strong>m ser encontrados na história com as<br />

primeiras <strong>de</strong>fensoras do pensamento feminista e que passam por duas etapas principais: a<br />

educação e o envolvimento dos governos.<br />

A educação aparece, nesse caminho, como fonte transformadora <strong>de</strong> mulheres omissas<br />

em cidadãs conscientes <strong>de</strong> seus direitos <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>. Afinal, é na escola que a origem <strong>de</strong><br />

qualquer preconceito po<strong>de</strong> ser combatida. Pois, ao estudar, a mulher abre novas possibilida<strong>de</strong>s<br />

no mercado <strong>de</strong> trabalho, passa a ser questionadora dos preconceitos que vive no cotidiano,<br />

começa a ter uma vida política participativa como eleitora ou candidata e passa, assim, a<br />

contribuir na formação da história e a romper com o ciclo vicioso, citado anteriormente, da<br />

ausência das mulheres na construção da história humana.<br />

Quanto ao envolvimento dos governos, ele é essencial na legitimação do papel do<br />

Estado como promotor <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>. Assim, o combate à discriminação contra a mulher é uma<br />

missão <strong>de</strong> todos os governos do mundo. É função <strong>de</strong>les criar leis <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa aos direitos <strong>de</strong><br />

igualda<strong>de</strong> entre homens e mulheres, promover políticas públicas <strong>de</strong> combate à discriminação,<br />

visar à criação <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> conscientização da população quanto à importância da<br />

igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero e incentivar a criação <strong>de</strong> secretarias e institutos voltados para o amparo à<br />

mulher que sofre algum tipo <strong>de</strong> violência. Dessa forma, com governo e socieda<strong>de</strong> trabalhando<br />

juntos, com certeza os frutos a serem colhidos serão os da igualda<strong>de</strong>.<br />

Muito mais do que caminhos a serem apontados, a discriminação <strong>de</strong> gênero necessita<br />

do acontecimento <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> revolução. Não uma revolução <strong>de</strong> armas e protestos violentos,<br />

mas, sim, a revolução mais importante na luta contra uma injustiça, a revolução da consciência.<br />

Só através da consciência <strong>de</strong> que a igualda<strong>de</strong> é fator indispensável para a construção <strong>de</strong><br />

um mundo mais justo, é que po<strong>de</strong>remos extirpar <strong>de</strong> fato a herança do preconceito <strong>de</strong> nossa<br />

socieda<strong>de</strong>. Apenas quando houver a abolição <strong>de</strong>finitiva do preconceito contra mulheres ou<br />

qualquer outro tipo <strong>de</strong> oprimido, é que apren<strong>de</strong>remos a negar qualquer tipo <strong>de</strong> diferenciação,<br />

seja ela <strong>de</strong> gênero, raça, religião ou opção sexual. Se há um caminho a ser seguido rumo à<br />

<strong>de</strong>rrubada <strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> preconceito, é o caminho da tolerância e do respeito, pois precisamos<br />

apren<strong>de</strong>r a reconhecer que, apesar das diferenças, o mundo é um lugar composto <strong>de</strong> iguais.<br />

Iguais na condição humana e no profundo anseio pela justiça e pela paz.

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