2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero - CNPq
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<strong>2º</strong> PRÊMIO CONSTRUINDO A IGUALDADE DE GÊNERO<br />
Redações premiadas na etapa nacional<br />
Músicas: letras, melodias e problemas <strong>de</strong> gênero<br />
Rebecca Carvalho <strong>de</strong> Taranto - Grupo Visão <strong>de</strong> Ensino – Feira <strong>de</strong> Santana/BA<br />
Des<strong>de</strong> pequenos, ou até mesmo antes <strong>de</strong> nascer, sofremos a pressão do gênero: “Menino é<br />
azul e menina é rosa! Menino brinca <strong>de</strong> carrinho e menina <strong>de</strong> boneca! O menino é forte, não<br />
chora. A menina é frágil, fraca!”.<br />
Se o bebê chuta muito a barriga da mãe, as pessoas já dizem que é um menino, por ser<br />
agitado. Já se o bebê não chutar muito é uma menina, porque é mais calma.<br />
A socieda<strong>de</strong> impõe uma i<strong>de</strong>ologia do masculino e feminino muito rígida. Se o indivíduo age<br />
<strong>de</strong> forma diferente da estabelecida pelo grupo social, é <strong>de</strong>scriminado.<br />
As idéias sobre o feminino e o masculino são transmitidas e veiculadas para a socieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> várias formas e maneiras: pela T.V., revistas, filmes, escola, mídia, família, assim como pela<br />
música. É na música que preten<strong>de</strong>mos focalizar nossa análise neste momento.<br />
O que acontece quando um estilo musical coloca em xeque os rígidos critérios estabelecidos<br />
pela socieda<strong>de</strong> em relação às características <strong>de</strong> gênero?<br />
A música no âmbito cultural é um elemento simbólico e dinâmico <strong>de</strong> troca <strong>de</strong>ntro do contexto<br />
social. Ou seja, isso significa dizer que a música é sempre produzida por alguém, em algum momento<br />
e em <strong>de</strong>terminado contexto. Em outras palavras, a música é um objeto cultural e, portanto, histórico.<br />
“A música (do grego μ - musiké téchne, a arte das musas) constitui-se basicamente <strong>de</strong> uma<br />
sucessão <strong>de</strong> sons e silêncio organizada ao longo do tempo. É consi<strong>de</strong>rada por diversos autores<br />
como uma prática cultural e humana. Atualmente não se conhece nenhuma civilização ou<br />
agrupamento que não possue manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita<br />
com esse objetivo, a música po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como uma forma <strong>de</strong> arte, consi<strong>de</strong>rada por<br />
muitos como sua principal função. Também po<strong>de</strong> ter diversas outras utilida<strong>de</strong>s, tais como<br />
a militar ou educacional. Além disso, tem presença central em diversas ativida<strong>de</strong>s coletivas,<br />
como os rituais religiosos, festas e funerais.<br />
Há evidências <strong>de</strong> que a música é conhecida e praticada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a pré-história. Provavelmente<br />
a observação dos sons da natureza tenha <strong>de</strong>spertado no homem, através do sentido auditivo,<br />
a necessida<strong>de</strong> ou vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> que se baseasse na organização <strong>de</strong> sons. Embora<br />
nenhum critério científico permita estabelecer seu <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> forma precisa, a história<br />
da música confun<strong>de</strong>-se com a própria história do <strong>de</strong>senvolvimento da inteligência e da cultura<br />
humanas.”<br />
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.<br />
Neste momento nos interessa abordar um <strong>de</strong>terminado estilo musical on<strong>de</strong> os rígidos<br />
critérios que caracterizam os gêneros feminino e masculino são “quebrados”. Este estilo<br />
chamado EMO, que é a redução <strong>de</strong> Emotional Hardcore, prega o abraço, o beijo, a diversão,<br />
amiza<strong>de</strong> e a paz entre amigos, superando as regras estabelecidas para o feminino e o masculino,<br />
em que a <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> afeto é uma coisa normal e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do sexo.<br />
Muitas pessoas são contra os EMOs, porque eles quebram esse padrão <strong>de</strong> gênero, e o<br />
preço por isso é a discriminação, preconceito, violência e agressão. Os mais discriminados são<br />
os meninos, porque o estilo EMO dá mais ênfase ao lado sentimental, emocional das pessoas,<br />
o que é uma característica socialmente estabelecida como feminina. Os meninos EMOs fazem<br />
diários, usão maquiagem nos olhos, possuem mais cuidado com a aparência, assim como as<br />
meninas. E, por fugirem das características masculinas, são <strong>de</strong>nominados preconceituosamente<br />
<strong>de</strong> gays. Há sites na internet que se <strong>de</strong>dicam a fazer um “bullying” contra os EMOs, com<br />
comentários do tipo: “Eu não suporto garotos fazendo tipo. Sabe aquela cara <strong>de</strong> triste, fazendo<br />
bico e com maquiagem nos olhos. Nada no mundo consegue ser mais forçado. Eu gosto<br />
mesmo é <strong>de</strong> skatista”. Atualmente, em alguns lugares as pessoas estão colocando placas com<br />
os seguintes dizeres: “Proibido o estacionamento <strong>de</strong> EMOs e EMAs!”<br />
De acordo com Guacira Lopes Louro, 997, p. :