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Iria Alves Ferreira e Francisca Silveira do Val foram mulheres que se encontraram no<br />
hall dos “dez maiores negociantes” da cidade, em tempo que as mesmas também se posicionavam<br />
entre aquelas que mais movimentavam capital durante o período cafeeiro. Tarefa difícil é perceber<br />
os meios através dos quais essas mulheres se colocaram nos negócios masculinos, seja tocando a<br />
fortuna como viúva ou formas desconhecidas ocultadas pelos documentos.<br />
Causando menos surpresa, porém ressaltando a pluralidade dessa cidade repleta de<br />
imagens femininas, devemos nos atentar às irmãs que aqui se instalaram. Representantes religiosas,<br />
muitas que aqui habitaram, viveram para a educação feminina, fundando instituições como o<br />
Colégio Metodista em 1889 255 , Colégio Santa Úrsula em 1912 256 , Nossa Senhora Auxiliadora desde<br />
1918 257 [, entre outras. Valem-se ressaltar os esforços dessas mulheres:<br />
Alguns anos após a instalação do trabalho a Igreja Metodista em Ribeirão, os<br />
reverendos E. E. Joiner e James Hamilton solicitaram à “Divisão de Senhoras” da<br />
Igreja Metodista Americana para que se incumbisse da instalação de uma escola<br />
nesta cidade... Em 1.899, o reverendo E. R. Hendrix, bispo da Igreja Americana<br />
nomeou Miss Leonora Schmith para empreender a tarefa de estabelecer a escola, a<br />
missionária veio pra cá, contando apenas com seu salário de missionária. Como<br />
não havia recursos financeiros para pagar aluguel, a escola começou a funcionar no<br />
interior do próprio templo metodista, no dia 5 de setembro de 1.899.<br />
Em janeiro de 1.900 foi alugada uma casa para o funcionamento da escola e mais<br />
uma missionária veio para trabalhar como professora era Miss Mamie Flenley, no<br />
entanto os alunos não vinham como era esperado, as aulas estavam sendo<br />
ministradas apenas para 10 alunos, os quais na maioria foram matriculados<br />
gratuitamente.<br />
Passado alguns meses a situação da escola começou a mudar com o número de<br />
alunos matriculados aumentando de maneira extraordinária, que obrigou as<br />
missionárias, a transferi-la para uma casa maior.<br />
Entretanto, não havia dinheiro para comprar carteiras e chegou ó dia em que os<br />
professores se viram obrigados a usar da criatividade para acomodar as alunas.<br />
Para tanto realizaram uma campanha junto as casas de comércio da cidade, onde<br />
conseguiram arranjar certa quantidade de caixotes grandes e pequenos, adaptando<br />
uns para carteiras e outros para cadeiras.<br />
Em 1.903 a escola foi obrigada a fechar suas portas, devido a grande epidemia de<br />
febre amarela que atingiu a cidade naquele ano. Quando foi divulgada a notícia da<br />
255 ALMEIDA, V. Converter, ensinar e conformar: a missão metodista em Ribeirão Preto (1896-1950). Dissertação<br />
de Mestrado em História. FHDSS, Universidade Estadual Paulista, Franca, 1997, p.76.<br />
256 CIONE, R. História de Ribeirão Preto. V. 5. 1. ed. Ribeirão Preto: IMAG, 1987, p.251-252.<br />
257 FURTADO, A. C. Mulheres cultas e devotas: o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Ribeirão Preto