11.04.2013 Views

versão completa - cchla - UFRN

versão completa - cchla - UFRN

versão completa - cchla - UFRN

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

122<br />

Iria Alves Ferreira e Francisca Silveira do Val foram mulheres que se encontraram no<br />

hall dos “dez maiores negociantes” da cidade, em tempo que as mesmas também se posicionavam<br />

entre aquelas que mais movimentavam capital durante o período cafeeiro. Tarefa difícil é perceber<br />

os meios através dos quais essas mulheres se colocaram nos negócios masculinos, seja tocando a<br />

fortuna como viúva ou formas desconhecidas ocultadas pelos documentos.<br />

Causando menos surpresa, porém ressaltando a pluralidade dessa cidade repleta de<br />

imagens femininas, devemos nos atentar às irmãs que aqui se instalaram. Representantes religiosas,<br />

muitas que aqui habitaram, viveram para a educação feminina, fundando instituições como o<br />

Colégio Metodista em 1889 255 , Colégio Santa Úrsula em 1912 256 , Nossa Senhora Auxiliadora desde<br />

1918 257 [, entre outras. Valem-se ressaltar os esforços dessas mulheres:<br />

Alguns anos após a instalação do trabalho a Igreja Metodista em Ribeirão, os<br />

reverendos E. E. Joiner e James Hamilton solicitaram à “Divisão de Senhoras” da<br />

Igreja Metodista Americana para que se incumbisse da instalação de uma escola<br />

nesta cidade... Em 1.899, o reverendo E. R. Hendrix, bispo da Igreja Americana<br />

nomeou Miss Leonora Schmith para empreender a tarefa de estabelecer a escola, a<br />

missionária veio pra cá, contando apenas com seu salário de missionária. Como<br />

não havia recursos financeiros para pagar aluguel, a escola começou a funcionar no<br />

interior do próprio templo metodista, no dia 5 de setembro de 1.899.<br />

Em janeiro de 1.900 foi alugada uma casa para o funcionamento da escola e mais<br />

uma missionária veio para trabalhar como professora era Miss Mamie Flenley, no<br />

entanto os alunos não vinham como era esperado, as aulas estavam sendo<br />

ministradas apenas para 10 alunos, os quais na maioria foram matriculados<br />

gratuitamente.<br />

Passado alguns meses a situação da escola começou a mudar com o número de<br />

alunos matriculados aumentando de maneira extraordinária, que obrigou as<br />

missionárias, a transferi-la para uma casa maior.<br />

Entretanto, não havia dinheiro para comprar carteiras e chegou ó dia em que os<br />

professores se viram obrigados a usar da criatividade para acomodar as alunas.<br />

Para tanto realizaram uma campanha junto as casas de comércio da cidade, onde<br />

conseguiram arranjar certa quantidade de caixotes grandes e pequenos, adaptando<br />

uns para carteiras e outros para cadeiras.<br />

Em 1.903 a escola foi obrigada a fechar suas portas, devido a grande epidemia de<br />

febre amarela que atingiu a cidade naquele ano. Quando foi divulgada a notícia da<br />

255 ALMEIDA, V. Converter, ensinar e conformar: a missão metodista em Ribeirão Preto (1896-1950). Dissertação<br />

de Mestrado em História. FHDSS, Universidade Estadual Paulista, Franca, 1997, p.76.<br />

256 CIONE, R. História de Ribeirão Preto. V. 5. 1. ed. Ribeirão Preto: IMAG, 1987, p.251-252.<br />

257 FURTADO, A. C. Mulheres cultas e devotas: o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Ribeirão Preto

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!