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76<br />

No livro Amor, sexo e casamento na Grécia Antiga, Nikos Vrissimtzis faz alguns<br />

comentários sobre a prática de masturbação, e como ela, normalmente, era identificada pelos<br />

gregos. “(...) a masturbação era vista como algo mais apropriado aos sátiros que aos seres humanos<br />

e entre estes últimos, aceitável apenas entre escravos ou bárbaros.” 152<br />

É importante elucidar, juntamente com Vrissimtzis, alguns outros elementos da vida<br />

grega no âmbito das questões de gênero, nas diferenças entre homens e mulheres para o<br />

entendimento sexual da época.<br />

ressalta:<br />

Acerca dessas relações de gênero na cultura greco-romana clássica, Pedro Paulo Funari<br />

as mulheres gregas abastadas viviam separadas dos homens em cômodos diferentes<br />

reservados a elas dentro da casa(...) As mansões da elite eram divididas em duas<br />

partes, masculina e feminina. As meninas também pouco contato tinham com os<br />

meninos depois da primeira infância, como mandava a ‘boa educação’. 153<br />

Em O uso dos prazeres, Foucault analisa práticas e formas de controle da sexualidade<br />

na Grécia Antiga. Segundo o autor, o que compreendemos por “sexualidade”, a cultura greco-<br />

romana chamou de “artes da existência”. As regras da vida moral estavam ligadas aos direitos<br />

sócio-políticos, restritos aos homens-cidadãos. O mundo da mulher grega, quase sempre, era sua<br />

casa e a família, os gregos vinculavam as mulheres somente ao papel de mãe e filha.<br />

o casamento só se encontraria a relação sexual em sua função reprodutora,<br />

enquanto que a relação sexual não colocaria a questão do prazer a não ser fora do<br />

casamento. E, como conseqüência, não se vê por que as relações sexuais<br />

constituíram problema na vida conjugal, salvo quando se trata de dar ao marido<br />

uma descendência legítima e feliz. Assim, no pensamento grego, se encontrará,<br />

muito logicamente, interrogações técnicas e médicas sobre a esterilidade e suas<br />

razões 154<br />

Foucault visa elucidar como estava constituída para o sujeito a experiência de<br />

152 VRISSIMTZIS, Nikos A. Op. Cit. 2002. p.74<br />

153 FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002. p. 43.<br />

154 FOCAULT, Michel. História da Sexualidade Volume II, São Paulo: Editora Graal 2003. p.130.

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