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Almeida Neves, as décadas de 1940 e 1950 eram cheias de otimismo, almejando-se “implementar<br />

um projeto de nação comprometido principalmente com o desenvolvimento social.” 65<br />

Mas, segundo Weffort, é a partir de 1956 que o nacionalismo se consubstancia, pois “o<br />

nacionalismo constitui-se, sem dúvida, a partir do governo Kubitschek, em centro de polarização<br />

ideológica”. 66 Chegando o mesmo autor a afirmar que “as posições políticas passaram a se definir<br />

em razão do nacionalismo”. 67 O nacionalismo, dessa maneira, evidencia-se como o elemento<br />

definidor da vida política do Brasil para o período. É a partir dele que, via de regra, tanto os partidos<br />

políticos quanto as demais formas de organização social vão se definir no espectro político. É, pois,<br />

dentro de nosso marco temporal, o elemento constitutivo das disputas pelo poder, nos mais diversos<br />

níveis.<br />

Se retomarmos uma passagem de Ianni, podemos perceber isso com maior nitidez,<br />

quando ele assevera que: “Inicialmente, esse populismo é exclusivamente getulista. Depois, adquire<br />

outras conotações e, também, denominações. Borghismo, queremismo, juscelinismo, janguismo e<br />

trabalhismo são algumas das modulações do populismo brasileiro”. 68 Salientamos a falta da<br />

denominação janista nessa listagem, pois, para o autor – diferentemente de Weffort – Jânio Quadros<br />

não tem o mesmo peso de importância, sendo, por isso mesmo, dispensável ao populismo brasileiro.<br />

Isso se explica, ainda com maior força, se substituirmos na citação de Ianni, o termo populismo por<br />

nacionalismo, o que nos faz pensar que, mesmo o nacionalismo, não pode ser entendido como<br />

conceito indivisível, tendo ele algumas especificidades, dentre elas:<br />

O nacionalismo trabalhista/petebista, nos primeiros anos de atuação do partido,<br />

confundia-se com o nacionalismo varguista, e no segundo governo Vargas<br />

(1950-1954), com os projetos econômicos do governo federal. Dessa forma, o PTB<br />

e significativos segmentos da população trabalhadora brasileira naqueles anos se<br />

mobilizaram em torno da defesa de projetos governamentais, como os referentes à<br />

implantação de empresas estatais, a saber: Companhia Vale do Rio Doce,<br />

Petrobras, Eletrobrás e Fábrica Nacional de Motores. Tal objetivo de dotar o país<br />

de uma ampla rede de indústrias de base e de infra-estrutura controladas pelo<br />

65 NEVES, Lucília de Almeida. Trabalhismo, nacionalismo e desenvolvimentismo: um projeto para o Brasil<br />

(1945-1964). In: FERREIRA, Jorge (org.). O populismo e sua história: debate e crítica. Rio de Janeiro: Civilização<br />

Brasileira, 2001, p. 171.<br />

66 WEFFORT, op.cit., 2003, p.24.<br />

67 Idem, p. 24-25.<br />

68 IANNI, op.cit., 206.

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