1 - Câmpus Experimental do Litoral Paulista - Unesp
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CAPÍTULO 5. MICROBIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA<br />
é denominada balneabilidade. As águas recreacionais podem ser <strong>do</strong>ces (rios, represas,<br />
lagos), salobras (estuários) e salinas (mar).<br />
Entre os fatores que influenciam a balneabilidade, o lançamento de esgotos no mar é<br />
o principal deles. Este lançamento pode ser devi<strong>do</strong> à inexistência de sistemas de coleta,<br />
tratamento e disposição de esgotos (vide Capítulo 4) ou a sua inadequação, bem como<br />
também a existência de rios e córregos que recebem esgotos <strong>do</strong>mésticos e deságuam nas<br />
praias. Ligações clandestinas ou erradas à rede de esgotos, como a ligação <strong>do</strong> sistema de<br />
esgotos à rede de drenagem pluvial ou ligação <strong>do</strong> sistema coletor de águas pluviais à rede<br />
de esgotos também contribuem para poluição das praias.<br />
As chuvas, de forma semelhante, influenciam muito a qualidade da água <strong>do</strong> mar uma<br />
vez que o lixo, as fezes de animais e to<strong>do</strong>s os detritos são leva<strong>do</strong>s com as águas da chuva,<br />
para córregos, galerias e canais de drenagem que atingem o mar.<br />
O tipo de praia (vide Capítulo 2) também tem influência sobre a qualidade da água <strong>do</strong><br />
mar, pois praias mais abrigadas, situadas em enseadas ou baías, sofrem menor diluição<br />
da água <strong>do</strong> mar e, portanto, concentram mais poluentes.<br />
Outro aspecto bastante importante é a ação das marés na dispersão <strong>do</strong>s poluentes.<br />
Na maré baixa, os córregos e rios fluem ao mar levan<strong>do</strong> com eles to<strong>do</strong> esgoto que estes<br />
contêm, despejan<strong>do</strong>-os nas praias. Na maré cheia, por sua vez, a água <strong>do</strong> mar penetra nos<br />
rios e córregos forman<strong>do</strong> uma barreira para os cursos de água e diluin<strong>do</strong> os poluentes.<br />
A contaminação das praias pelos freqüenta<strong>do</strong>res e por animais também é fator importante<br />
nas condições sanitárias das praias, principalmente no que diz respeito às areias.<br />
Avaliação da Balneabilidade<br />
A qualidade das águas recreacionais marinhas é realizada através da análise e monitoramento<br />
da presença de um ou mais microrganismos que, quan<strong>do</strong> presentes no meio<br />
aquático, indicam a existência de contaminação fecal e a possível presença de patógenos,<br />
chama<strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res.<br />
Até pouco tempo, os microrganismos indica<strong>do</strong>res de contaminação fecal mais utiliza<strong>do</strong>s<br />
para monitorar a qualidade de águas recreacionais marinhas eram os coliformes<br />
fecais (atualmente denomina<strong>do</strong>s termotolerantes). No início da década de 80, a bactéria<br />
Escherichia coli passou a ser utilizada para este fim, por ser encontrada exclusivamente<br />
nas fezes de humanos e de animais homeotérmicos (mamíferos e aves). Assim, sua presença<br />
na água <strong>do</strong> mar é indicativa de eleva<strong>do</strong> nível de contaminação fecal, com possibilidade<br />
potencial da presença de microrganismos patogênicos, colocan<strong>do</strong> em risco a saúde<br />
<strong>do</strong>s banhistas.<br />
Atualmente, as bactérias mais utilizadas como indica<strong>do</strong>ras da qualidade de águas marinhas<br />
são os Enterococos. Estas bactérias pertencem ao grupo <strong>do</strong>s Estreptococos Fecais<br />
e caracterizadas por suportar condições adversas de crescimento, como na presença de<br />
cloreto de sódio (6,5%). Embora ocorram também nas fezes de animais, a maioria das<br />
espécies de Enterococos é de origem fecal humana.<br />
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