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1 - Câmpus Experimental do Litoral Paulista - Unesp

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7.3. A INSERÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO<br />

nante, que se impõe, mas também que ainda existe outra, aquela originada das relações<br />

<strong>do</strong> cotidiano e <strong>do</strong> lugar e que apresentam a possibilidade de responder de formas particulares<br />

e diversas aos modelos econômicos <strong>do</strong>minantes. Acreditamos, portanto, que<br />

neste plano, <strong>do</strong> ambiente local e cotidiano, aquele vivencia<strong>do</strong> e entendi<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> lugar, no seu dia a dia, é que pode haver a resistência ao coman<strong>do</strong> absoluto da<br />

ordem econômica sobre os processos ambientais. Assim, no lugar e no cotidiano, em um<br />

movimento complexo, há a possibilidade de atuar pela melhoria e defesa da qualidade<br />

ambiental.<br />

Michel de Certau, discorren<strong>do</strong> sobre os processos <strong>do</strong> cotidiano <strong>do</strong>s lugares, afirma:<br />

"Essas maneiras de fazer constituem as mil práticas pelas quais os usuários se reapropriam<br />

<strong>do</strong> espaço, organiza<strong>do</strong> pelas técnicas da produção sócio-cultural (. . . ) Esses mo<strong>do</strong>s de<br />

proceder e essas astúcias de consumi<strong>do</strong>res compõem, no limite, a rede de uma antidisciplina<br />

(. . . )"(De Certau, 1994).<br />

A partir destas reflexões e com base nelas, sempre a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> de produção <strong>do</strong><br />

conhecimento como movimento, sugerimos levar o pensamento <strong>do</strong>s estudantes a transitar<br />

entre o abstrato e o concreto, a forma e o conteú<strong>do</strong>, o imediato e o mediato, entre o<br />

simples e o complexo, ou seja, da observação <strong>do</strong>s ecossistemas da Baixada Santista à sua<br />

compreensão sistêmica e fatores de degradação, na perspectiva da construção da autonomia<br />

intelectual e ética. Desta forma, há a possibilidade da apropriação de importantes<br />

conceitos, que constituirão o alicerce da sua formação para a participação na gestão <strong>do</strong><br />

meio ambiente.<br />

"(. . . ) Num mun<strong>do</strong> assim feito, não cabe a revolta contra as coisas, mas a vontade de<br />

entendê-las, para poder transformá-las. (. . . ) o que se impõe é conhecer bem a anatomia<br />

desses objetos e daquilo que eles, juntos, formam o espaço"(Santos, 1996: p. 109).<br />

Acreditamos não ser possível mais assumir de forma romântica simplesmente a defesa<br />

preservacionista, já que a questão é mais ampla, tornan<strong>do</strong>-se necessário um repensar<br />

político, econômico social e ideológico. Os desafios são, no entanto enormes, envolven<strong>do</strong><br />

a busca de formas mais racionais e diversas de utilização <strong>do</strong>s recursos naturais, novas<br />

formas de pensar os atributos econômicos, culturais e políticos e assumir novos estilos de<br />

vida. A sociedade necessita aprender a conhecer o suficiente a respeito <strong>do</strong> meio ambiente<br />

para ser capaz de participar das decisões relacionadas à sua gestão. Neste senti<strong>do</strong>, cremos<br />

que as crianças e jovens (e as pessoas em geral), assim como nos ensina Paulo Freire,<br />

quanto mais refletem sobre a realidade e sua situação ambiental concreta, mais emergem,<br />

plenamente conscientes e comprometi<strong>do</strong>s, prontos a intervir na realidade para mudá-la.<br />

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