1 - Câmpus Experimental do Litoral Paulista - Unesp
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9.2. PRESSUPOSTOS BÁSICOS PARA A GESTÃO PARTICIPATIVA DAS ÁGUAS<br />
demanda ações efetivas <strong>do</strong> poder público e da sociedade para evitar seu agravamento,<br />
com destaque à implantação <strong>do</strong> saneamento básico, revitalização <strong>do</strong>s rios e controle da<br />
exploração de água subterrânea. Mas também é preciso combater o desperdício de água<br />
provoca<strong>do</strong> inconscientemente em nossa vida cotidiana, por exemplo, no uso <strong>do</strong> esguicho<br />
na limpeza <strong>do</strong>méstica e pelas grandes perdas nos sistemas de abastecimento de água.<br />
Há muitos desafios a serem enfrenta<strong>do</strong>s em relação à proteção da água, a exemplo da<br />
necessidade de aprofundamento de pesquisas para ter mais informações e evitar prejuízos<br />
ambientais, sociais e econômicos.<br />
Na gestão das águas to<strong>do</strong>s têm papel relevante e a participação deve ter qualidade,<br />
compromisso e seriedade, evitan<strong>do</strong>-se o <strong>do</strong>mínio de grupos ou pessoas com poder econômico<br />
e/ou político. O respeito à cidadania e à democracia constitui um <strong>do</strong>s pilares da<br />
nova gestão, poden<strong>do</strong> ser consolida<strong>do</strong> com uma Educação Ambiental permanente e contínua<br />
em to<strong>do</strong>s os setores da sociedade, com especial destaque para a formação e capacitação<br />
permanente de professores, gestores e agentes ambientais.<br />
Incentivar a participação social na gestão da água e sua mobilização para a proteção<br />
das águas é o desafio e o tema central deste artigo.<br />
9.2 Pressupostos Básicos para a Gestão Participativa das<br />
Águas<br />
A gestão das águas, preconizada na Lei Federal n o 9.433/97 e Lei Estadual <strong>Paulista</strong><br />
n o 7.663/91, está inserida em um quadro recente de mudanças na sociedade, com o reconhecimento<br />
da água como um bem precioso, de valor inestimável, essencial a todas as<br />
formas de vida e fundamental às atividades humanas e ao desenvolvimento sustentável.<br />
Esta transformação cultural é motivada pela crise ambiental, que provoca a redução<br />
da disponibilidade hídrica, tanto em quantidade como em qualidade, ao mesmo tempo<br />
em que se verifica um aumento da demanda para os múltiplos usos antrópicos. Portanto,<br />
fica cada vez mais evidente que a degradação das águas constitui um <strong>do</strong>s mais graves<br />
impactos ambientais deste século.<br />
Como exemplo, pode-se citar que alguns <strong>do</strong>s problemas ambientais que acontecem<br />
nos rios por uso excessivo, são a abusiva exploração que provoca problemas de erosão,<br />
contaminação (preocupante situação da qualidade das águas) e ocupação das zonas inundáveis,<br />
com a fragmentação das margens e desnaturalização <strong>do</strong>s rios e matas ciliares.<br />
Esses são alguns <strong>do</strong>s problemas que afetam diretamente os ecossistemas aquáticos.<br />
A atitude social é um fator chave, embora outros problemas mereçam destaque nos<br />
últimos anos como a ausência de visão global da bacia, a falta de valoração <strong>do</strong>s rios ou a<br />
perda da identidade territorial e a ausência de percepção de "sócio-ecossistema". Ainda<br />
se concebem os rios de forma parcial, à margem da atividade humana, como um sistema<br />
alheio ao homem.<br />
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