CAPÍTULO 4. ASPECTOS SOBRE POLUIÇÃO AQUÁTICA NA ZONA COSTEIRA Figura 4.4: Canal de drenagem urbana apresentan<strong>do</strong> águas altamente eutrofizadas, devi<strong>do</strong> ao lançamento de esgoto clandestino. A matéria orgânica presente no esgoto, somada às altas concentrações de amônia e fósforo, serve como fonte de nutrientes para algas e bactérias, que crescem desproporcionalmente, consumin<strong>do</strong> o oxigênio dissolvi<strong>do</strong> na água e conseqüentemente produzin<strong>do</strong> anóxia. 81
4.3.2 Metais 4.3. APORTE DE CONTAMINANTES PARA O AMBIENTE Depois da matéria orgânica, os metais são os contaminantes mais comuns no ambiente. Os elementos metálicos ocorrem normalmente na natureza, em baixas concentrações, e alguns participam <strong>do</strong> metabolismo <strong>do</strong>s seres vivos, sen<strong>do</strong> necessários para os organismos em <strong>do</strong>ses mínimas. Porém, em <strong>do</strong>ses mais elevadas, podem ser bastante tóxicos e levar à morte. As principais fontes para o ambiente aquático são as indústrias, seguidas <strong>do</strong>s esgotos <strong>do</strong>mésticos e das embarcações. Os metais mais freqüentemente utiliza<strong>do</strong>s nos processos industriais são o Cádmio (Cd), Chumbo (Pb), Cromo (Cr), Cobalto (Co), Cobre (Cu), Mercúrio (Hg), Níquel (Ni), Alumínio (Al), Ferro (Fe) e Zinco (Zn); e seus principais efeitos são alterações na atividade enzimática, tumores, danos neurológicos e musculares, rompimento de cromossomos, entre outros. Como não são biodegradáveis, podem apresentar o efeito de bioacumulação, ou seja, podem ser absorvi<strong>do</strong>s pelos seres vivos e ser reti<strong>do</strong>s nos seus teci<strong>do</strong>s. 4.3.3 Hidrocarbonetos Os hidrocarbonetos são compostos basicamente por átomos de carbono e hidrogênio, e também são muito comuns no ambiente aquático, sen<strong>do</strong> representa<strong>do</strong>s por substâncias naturais produzidas por vegetais e também por óleos, graxas e produtos deriva<strong>do</strong>s de petróleo. Podem ser extremamente tóxicos e danosos aos organismos aquáticos, pois se associam às membranas biológicas e aos teci<strong>do</strong>s lipídicos. Além das fontes naturais, existem as fontes antrópicas de hidrocarbonetos, compostas pelas indústrias, navios, portos, terminais e plataformas petrolíferos, etc. Existem muitos tipos de hidrocarbonetos, como compostos lineares, ramifica<strong>do</strong>s e/ou cíclicos, que formam cadeias com número de carbonos pequeno ou grande, etc. Destaca-se o grupo <strong>do</strong>s hidrocarbonetos poli-aromáticos (HPAs), cuja toxicidade e carcinogenicidade são extremamente elevadas. Os principais efeitos biológicos <strong>do</strong>s hidrocarbonetos são a asfixia por recobrimento; a destruição de membranas biológicas; a alteração <strong>do</strong> transporte ativo nas membranas celulares; destruição celular; alterações em lipo-proteínas e nas gônadas e os tumores. 4.3.4 Hidrocarbonetos halogena<strong>do</strong>s Os compostos orgânicos (forma<strong>do</strong>s por carbono, hidrogênio e oxigênio) incluem também uma família especial de substâncias sintéticas, que contêm em suas moléculas um ou mais átomos de halogênios (Flúor, Cloro, Bromo, Io<strong>do</strong> e Astato) Fazem parte desse grupo os pesticidas organoclora<strong>do</strong>s, os solventes orgânicos de baixo peso molecular, os cloro-flúor-carbonos (CFCs) e as bifenilas poli-cloradas (PCBs). São extremamente tóxicos e muito persistentes, permanecen<strong>do</strong> por centenas de anos na natureza. Além disso, possuem grande afinidade com lipídeos, poden<strong>do</strong> bioacumular de forma muito intensa. Por sua própria matéria orgânica, as bactérias, acentuan<strong>do</strong> ainda mais o processo. 82