1 - Câmpus Experimental do Litoral Paulista - Unesp
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8 O ECOTURISMO COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTEN-<br />
TÁVEL NA BAIXADA SANTISTA<br />
Fernanda Terra Stori 1<br />
Maria Eliza de Sales Amaral Siqueira 2<br />
8.1 Introdução<br />
A Zona Costeira, considerada Patrimônio Nacional pela Constituição Federal Brasileira<br />
de 1988 (Art. 225, § 4), possui forte apelo turístico devi<strong>do</strong> aos seus belos atributos<br />
paisagísticos. Para Tuan (1980), não é difícil entender a forte atração que as orlas marinhas<br />
exercem sobre os seres humanos: “. . . suas reentrâncias sugerem segurança, enquanto o<br />
horizonte aberto para o mar sugere aventura. . . A praia é banhada pelo brilho direto e<br />
refleti<strong>do</strong> da luz <strong>do</strong> sol, porém a areia cede à pressão, penetran<strong>do</strong> entre os de<strong>do</strong>s <strong>do</strong> pé e a<br />
água recebe e ampara o corpo”.<br />
De igual maneira, as praias da Baixada Santista são intensamente procuradas por turistas<br />
e o crescimento <strong>do</strong> setor é facilita<strong>do</strong> pela melhoria das condições de infra-estrutura<br />
e acesso a esses locais. De acor<strong>do</strong> com da<strong>do</strong>s disponibiliza<strong>do</strong>s pela concessionária administra<strong>do</strong>ra<br />
<strong>do</strong> Sistema Ro<strong>do</strong>viário Anchieta-Imigrantes, estas ro<strong>do</strong>vias apresentam um<br />
movimento anual superior a 30 milhões de veículos, constituin<strong>do</strong>-se no principal corre<strong>do</strong>r<br />
de exportação da América Latina e, nos finais de semana e feria<strong>do</strong>s, é para centenas<br />
de milhares de pessoas o caminho para o lazer e para as praias <strong>do</strong> <strong>Litoral</strong> <strong>Paulista</strong> (ECO-<br />
VIAS, 2006).<br />
Entretanto, a forte expansão <strong>do</strong> turismo basea<strong>do</strong> no modelo volta<strong>do</strong> ao veraneio e<br />
segundas-residências, acarretou uma série de impactos socioambientais, uma vez que<br />
a extrapolação da capacidade de suporte desses balneários gerou colapsos no sistema<br />
urbano-costeiro, levan<strong>do</strong> à poluição das praias, danos à saúde das pessoas, elevada geração<br />
de lixo, déficits no sistema de abastecimento de água, expropriação das populações<br />
locais, processo de “favelização”, dentre outros.<br />
Desta maneira, uma das alternativas que se apresenta à questão acima, é a promoção<br />
de práticas de Ecoturismo nos ecossistemas costeiros desta região (praias, restingas, rios,<br />
manguezais e Mata Atlântica), com o propósito de elevar a consciência socioambiental<br />
<strong>do</strong>s visitantes com atividades de Educação Ambiental, o que poderia contribuir para a<br />
promoção de uma gestão democrática e sustentável da Baixada Santista.<br />
1Doutoranda <strong>do</strong> Programa de Pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal<br />
de São Carlos (UFSCar).<br />
2Coordena<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Projeto "Manchas Orfãs", na Baixada Santista<br />
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