1 - Câmpus Experimental do Litoral Paulista - Unesp
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CAPÍTULO 3. UMA INTRODUÇÃO À OCEANOGRAFIA FÍSICA E GEOLÓGICA<br />
acontecer nos oceanos e na atmosfera. Camadas de densidade diferentes vão se acomodar<br />
de forma com que as camadas com menores densidades fiquem sobre camadas de<br />
maior densidade. Qualquer coisa que modifique esse posicionamento natural de camadas<br />
cria uma situação que chamamos de instável e as camadas se moverão para voltarem<br />
à posição estável. A temperatura tem um papel fundamental controlan<strong>do</strong> a densidade<br />
das massas de ar e de água. As massas de ar, quan<strong>do</strong> aquecidas, tendem a subir, pois<br />
se tornam menos densas devi<strong>do</strong> à expansão <strong>do</strong> ar. Por outro la<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> o oceano é<br />
resfria<strong>do</strong>, a densidade da água diminui, e as massas de água tendem a descer para profundidades<br />
maiores.<br />
Os ventos são produtos <strong>do</strong> aquecimento diferencial da Terra. Já que o aquecimento<br />
da atmosfera é de baixo para cima, e que o ar aqueci<strong>do</strong> tende a subir na coluna de ar, um<br />
grande aquecimento da superfície pode criar uma região de baixa pressão. Isso acontece<br />
porque ar quente é menos denso que o ar frio e, ao subir, remove o ar da superfície. Esse ar<br />
é resfria<strong>do</strong> em altitude e volta a descer em outro local, e ao descer, aumenta a quantidade<br />
de ar na superfície, aumentan<strong>do</strong> assim a pressão local. Desta forma, na superfície teremos<br />
consecutivas regiões de alta e baixa pressão. Criadas as regiões com diferentes pressões,<br />
o ar na superfície se deslocará das regiões de alta para as regiões de baixa pressão. Lembran<strong>do</strong><br />
de como a Terra recebe calor (mais no equa<strong>do</strong>r e menos nos pólos), teremos no<br />
equa<strong>do</strong>r pressões mais baixas e por isso lá convergem os ventos alísios, origina<strong>do</strong>s tanto<br />
no hemisfério norte como no hemisfério sul. Além da diferença de temperatura, a rotação<br />
da Terra e a presença de continentes farão com que o resulta<strong>do</strong> da dinâmica da atmosfera<br />
seja traduzi<strong>do</strong> em campos de vento que formam grandes giros pelo planeta. Esse mesmo<br />
mecanismo que dirige a dinâmica da atmosfera em larga escala também gera movimento<br />
em escalas menores como, por exemplo, a formação da brisa marinha.<br />
Nos oceanos, a densidade da água é uma função da temperatura e da salinidade.<br />
Quanto maior a quantidade de sais dissolvi<strong>do</strong>s na água, maior é sua densidade e quanto<br />
maior é a temperatura, menor é a densidade. Dessa maneira, assim como na atmosfera,<br />
as massas de água nos oceanos tendem a se acomodarem em camadas estratificadas, de<br />
mo<strong>do</strong> que o flui<strong>do</strong> menos denso, ou mais “leve”, ocupa as porções superiores da coluna<br />
de água. Isso é muito importante nos oceanos, sobretu<strong>do</strong> nos estuários onde as águas de<br />
origem continental (rios) encontram as de origem oceânica.<br />
3.6 Correntes<br />
Existem diferentes tipos de correntes nos oceanos. Também nesse caso, a altura da<br />
coluna de água representa uma maior pressão, e as massas de água tenderão a sair de<br />
regiões de maior acúmulo de água para as de menor. Todavia, as correntes mais facilmente<br />
observadas e as mais importantes para a pesca ou para estu<strong>do</strong>s sobre dispersão e<br />
poluição da água são aquelas geradas pelo vento sopran<strong>do</strong> na superfície. Podemos usar<br />
aqui uma analogia <strong>do</strong> que acontece num lago ou piscina, quan<strong>do</strong> está ventan<strong>do</strong> forte. Ao<br />
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