1 - Câmpus Experimental do Litoral Paulista - Unesp
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7.2. ALGUMAS NOTAS DE METODOLOGIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL<br />
interesses pessoais, grupais e coletivos mais amplos e que influenciam no contexto micro<br />
e macrosocial (PNUMA, 2005).<br />
Neste senti<strong>do</strong>, o exercício consiste em escolher pelo menos <strong>do</strong>is exemplos de cada tipo<br />
de bens e serviços ambientais (provisão, regulação e cultura) e avaliar a condição atual<br />
em âmbito local, regional ou global (pontuar por grau de qualidade: de 1 a 5; condição<br />
péssima a excelente), qual é a tendência futura da condição deste recurso (melhorar, piorar<br />
ou manter-se estável), qual é a importância deste bem ou serviço para o bem estar<br />
e qualidade de vida (pontuar por grau de importância - de 1 a 5), qual o grau de informação<br />
disponível sobre estes (pontuar de 1 a 5) e qual a escala para o alcance avaliação<br />
<strong>do</strong> serviço (local, regional ou global). A partir de exemplos reais, pode-se assim verificar<br />
quais são as prioridades para a elaboração de projetos interdisciplinares em Educação<br />
Ambiental nas escolas e/ou comunidades.<br />
Pesquisa, Ação e Pesquisa Participativa<br />
Hart et al. (1994) propõem que a pesquisa-ação pode ser elaborada em três níveis:<br />
sobre os sujeitos, para os sujeitos e pelos sujeitos de pesquisa. Nesta última abordagem,<br />
a pesquisa feita pelos sujeitos de pesquisa é chamada de pesquisa participativa<br />
(ou participatória), onde os cidadãos exploram e identificam por si mesmos, questões<br />
que modificam seu cotidiano. De acor<strong>do</strong> com este autor, são características da pesquisa<br />
participatória: 1) prover aos participantes oportunidades de autodirecionar melhorias na<br />
comunidade; 2) criar condições <strong>do</strong>s participantes e não só <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res, de pensar<br />
criticamente sobre inter-relações humanas e institucionais; 3) ser sensível a explicitar valores<br />
culturais <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s; entre outras. Conclui-se que é um tipo de pesquisa que<br />
além de ser participativa, é colaborativa e fundamentalmente emancipatória.<br />
Segun<strong>do</strong> McAllister (1999) apud Vieira et al. (2005), a pesquisa participativa "está enraizada<br />
nos paradigmas antipositivistas e construtivistas, os quais: 1) reconhecem a existência,<br />
o valor e a legitimidade <strong>do</strong>s diferentes tipos de conhecimento, em particular o<br />
conhecimento "popular", "local"e "nativo"; 2) reconhecem que a informação e o conhecimento<br />
não estão livres de valores, e que a escolha seletiva da informação ou <strong>do</strong> conhecimento<br />
confere poder a alguns e tira o poder de outros; e 3) reconhecem que o conhecimento<br />
e a informação são construí<strong>do</strong>s dentro de um contexto, que não existe somente<br />
uma "explicação"ou "teoria"para um da<strong>do</strong> conjunto de fatos, e que a escolha da teoria é<br />
dependente de valores.<br />
Um <strong>do</strong>s procedimentos utiliza<strong>do</strong>s por essas pesquisas é o Diagnóstico Rápi<strong>do</strong> Participativo<br />
(DRP), que consiste em um conjunto de orientações etnográficas, que têm como<br />
vantagem, obter informações básicas de forma mais ágil e num tempo muito menor <strong>do</strong><br />
que o leva<strong>do</strong> pelas abordagens tradicionais. Este é recomenda<strong>do</strong> também na forma de<br />
pesquisa piloto, porque possibilita a realização de levantamentos qualitativos de problemas,<br />
que podem ser aborda<strong>do</strong>s quantitativamente em etapas posteriores. É possível<br />
aprofundar a relação entre as meto<strong>do</strong>logias quantitativas e qualitativas, buscan<strong>do</strong> não<br />
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