Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff
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ninguém tivesse o direito e o dever de denunciar, enquanto detentores desse privilégio<br />
só podem agir se forem acionados por denúncia. Uma ‘maravilhosa' maranha, o paraíso<br />
<strong>da</strong> impuni<strong>da</strong>de, um labirinto preparado para a Justiça se perder.<br />
Então, por isso vamos voltar para a ditadura? Não! Vamos investir mais em<br />
educação para sermos uma grande nação, onde o povo tenha competência na hora de<br />
escolher seus melhores representantes e na hora de expressar sua vontade nas grandes<br />
decisões, sem depender de intermediários que quando mal vigiados geralmente torcem<br />
o man<strong>da</strong>to em favor do interesse próprio. Devemos investir mais na democracia e no<br />
pluriparti<strong>da</strong>rismo em número adequado de partidos.<br />
Relativi<strong>da</strong>de Democrática<br />
Um país que parece muito bom apenas para uma minoria não é um lugar seguro<br />
e feliz nem para essa mesma minoria.<br />
Um povo muito atrasado governado por um tirano, tende a permanecer atrasado<br />
por tempo indeterminado. Se for libertado do despotismo sem monitoramento, pode<br />
recair sob nova tirania. Para um país tradicionalmente acomo<strong>da</strong>do na ditadura entrar<br />
para o rol dos países democráticos requer um monitoramento, um ‘controle externo'<br />
equivalente a uma mu<strong>da</strong>nça de cultura. Um Estado não tem o direito de impor a outro<br />
uma mu<strong>da</strong>nça de cultura, a não ser que isso seja necessário para evitar o terrorismo<br />
internacional, se a guerra <strong>da</strong>í resultante não apresentar prejuízo ain<strong>da</strong> maior.<br />
Uma assistência externa para uma nação, é tão traumática que funciona em<br />
decorrência de guerra, se um povo ameaçador for dominado, os vencedores concedem o<br />
armistício ou a liber<strong>da</strong>de relativa em troca de algumas exigências, entre as quais as que<br />
evitem a recaí<strong>da</strong> nas velhas hostili<strong>da</strong>des, o que geralmente requer mu<strong>da</strong>nças ideológicas<br />
e até culturais. O interesse em mu<strong>da</strong>nça de cultura pode também surgir de motivos<br />
religiosos, mas geralmente uma nação adianta<strong>da</strong> não intervem na organização social de<br />
uma nação atrasa<strong>da</strong> com o intento de aju<strong>da</strong>-la a emergir do atraso. O enfoque <strong>da</strong><br />
intervenção geralmente é afastar o perigo de mau comportamento internacional, mas<br />
não raro existe a intenção de participar <strong>da</strong>s riquezas do subsolo estrangeiro. A cari<strong>da</strong>de é<br />
uma virtude individual ou de pequenos grupos. Uma empresa ou uma nação não é<br />
movi<strong>da</strong> pelo amor ao próximo. Não faz cari<strong>da</strong>de, sem segun<strong>da</strong>s intenções, para com as<br />
suas semelhantes, e muito menos para com as suas rivais. A desculpa de justificar o<br />
intervencionismo como meio de salvar ou aju<strong>da</strong>r um povo deve ser vista com<br />
desconfiança.<br />
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