Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff
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Eu gostaria de ser contestado, mas unicamente pela ver<strong>da</strong>de. Sei que peco por<br />
generalizar, visto que existem tribos que já encontraram a sua maneira de ser<br />
participativos, assim como sei que grande parte dos ditos civilizados ou ‘brancos'<br />
continuam ‘mamando' depois de adultos, pois se passarem a ser produtivos<br />
contribuintes, perderão a mamata.<br />
Claro que enquanto os ‘nativos' man<strong>da</strong>m, nós obedecemos e a Constituição<br />
garante, eles não terão nenhum interesse em perder regalias para serem integrados à<br />
civilização.<br />
A mim parece que os autóctones europeus foram todos assimilados pela<br />
globalização; os asiáticos estão acompanhando a civilização vigente <strong>da</strong> melhor maneira<br />
disponível em ca<strong>da</strong> local onde vivem; os nativos paraguaios, os australianos, os<br />
mexicanos, etc., não são ci<strong>da</strong>dãos comuns? No mínimo camponeses?<br />
No prazo de uma geração, uma pessoa ou até uma etnia integra<strong>da</strong> é capaz de<br />
absorver a nova cultura local, geralmente interagindo e contribuindo para o<br />
enriquecimento <strong>da</strong> civilização, como ocorreu com a imigração de diversos povos no<br />
Brasil. <strong>Em</strong> média, todos os homens são iguais se submetidos à mesma educação. Não é<br />
necessário aprender o Guarani para entender o dialeto de um pequeno autóctone filho<br />
adotivo desde bebê. Fala a tua língua que quando ele crescer será a dele também, assim<br />
como o resto <strong>da</strong> tua cultura.<br />
Porque tivemos que manter selvagens esses povos e sob tutela por quinhentos<br />
anos, como se eles fossem bichos e nós fossemos seus hospedes indesejáveis por todo<br />
esse período? Confuso, não é?<br />
Se nós, que somos constituídos desta mistura de negro, italiano, português,<br />
sueco, alemão, russo, chinês, polonês, judeu, índio, etc., ain<strong>da</strong> temos de ostentar a pecha<br />
de invasores em nossa pátria, então acaso deveríamos ser estraçalhados para que as<br />
nossas partículas fossem devolvi<strong>da</strong>s para as terras desconheci<strong>da</strong>s que nos ‘produziram'?<br />
Acontece que não existem mais os invasores de 505 anos passados, nem os ‘índios atuais<br />
são os aborígines que aceitaram a invasão.<br />
Não aceito e não vejo com simpatia a idéia que os ‘missionários' tentam impor<br />
aos nossos irmãos ‘autóctones' de que nós temos para com eles uma dívi<strong>da</strong> impagável.<br />
Essa é uma fraude que esgota a nossa paciência.<br />
Já se foi o bom tempo em que o Barão do Rio Branco defendia o Patrimônio<br />
Nacional, com patriotismo. Hoje o que vemos é uma situação tal que algumas ONG(s)<br />
prosperam contra a nossa soberania. Incutiram nos nossos ‘líderes' a idéia de que os<br />
índios eram os donos do Brasil e que nós somos os "sem terra" invasores; outras<br />
‘ensinam' que eles devem ser mantidos na barbárie, para o estudo <strong>da</strong> pré-história.<br />
Passaram a idéia de que os índios, quando invadem, roubam, seqüestram e depre<strong>da</strong>m,<br />
estão apenas ‘reocupando' como se este país estivesse desocupado e fosse todo deles, e<br />
que os criminosos fossemos nós já que (segundo afirmação de um senador) nunca um<br />
antropólogo consultado declarou uma área recém invadi<strong>da</strong> pelos índios como de<br />
<strong>Em</strong> <strong>Busca</strong> <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia - 49