Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff
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O historiador, assim como o jornalista está muitas vezes no meio do fogo<br />
cruzado <strong>da</strong>s opiniões digladiantes que buscam defender ou proteger interesses de todo<br />
tipo, inclusive ilegítimos. Aquele que não tiver uma boa formação técnica, moral,<br />
política, filosófica, etc., corre o risco de ser torcedor; ser "inocente útil" ou até cúmplice<br />
por assumir conivência na defesa de interesse ilícito.<br />
No caso de uma guerra, por exemplo, a versão oficial, geralmente é a do<br />
vencedor, a que se converte em história, mas existe a explicação conta<strong>da</strong> pelo perdedor.<br />
São versões! A ver<strong>da</strong>de é outra história que depende de imparciali<strong>da</strong>de e observação<br />
perfeita. Ca<strong>da</strong> estória é um caso e geralmente ca<strong>da</strong> caso tem os seus responsáveis e<br />
irresponsáveis, seus agentes e seus pacientes, seus culpados, suas vítimas e seus<br />
defensores. Muitas vezes surgem confusões e erros de interpretação que arruínam a<br />
compreensão.<br />
Direitos a Quem Merecer<br />
As minorias mais fracas devem ser protegi<strong>da</strong>s, até porque elas participam <strong>da</strong><br />
diversi<strong>da</strong>de que tempera a criativi<strong>da</strong>de e a cultura comunitária. Obviamente sem os<br />
indivíduos não haveria socie<strong>da</strong>de. Os direitos <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de confundem-se com direitos<br />
individuais. As obrigações e as prerrogativas de uma socie<strong>da</strong>de incluem to<strong>da</strong>s e ca<strong>da</strong><br />
uma dos indivíduos integrados. Entretanto é um contra-senso priorizar os direitos <strong>da</strong>s<br />
minorias marginaliza<strong>da</strong>s em detrimento <strong>da</strong>s maiorias, mas a recíproca nem sempre é<br />
ver<strong>da</strong>deira. Priori<strong>da</strong>de é uma questão de classificação por importância ou urgência.<br />
Ca<strong>da</strong> qual na sua escala. Governo democrático não privilegia em atendimento os mais<br />
poderosos, nem os mendigos, muito menos os vagabundos e os delinqüentes, mas<br />
atende as suas legítimas necessi<strong>da</strong>des, com a esperança de que a ‘marginali<strong>da</strong>de' deixe de<br />
ser um peso e passe a ser participativa, integrando-se à ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.<br />
Do mesmo modo que os governantes não priorizam o atendimento às minorias<br />
marginaliza<strong>da</strong>s, mas cumprem com o necessário, também não faltariam com as suas<br />
obrigações às minorias chama<strong>da</strong>s elites, já que é geralmente <strong>da</strong>í que vertem os maiores<br />
benefícios e soluções para os problemas sociais. Elite aqui não se refere aos<br />
inescrupulosos que aproveitam o poder econômico para tiranizar os mais pobres; a<br />
referi<strong>da</strong> elite não significa o impiedoso explorador <strong>da</strong> mão de obra humilde e submissa.<br />
A elite que considero é a parcela mais criativa <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de; são aqueles indivíduos<br />
dotados de aptidões especiais em qualquer função exerci<strong>da</strong> para o bem comum.<br />
Os direitos de ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia inclusive de votar ou ser votado dignificam os ci<strong>da</strong>dãos,<br />
mas algumas feras travesti<strong>da</strong>s tiram o maior proveito.<br />
Todos os humanos são iguais perante a lei. A exclusão ou o privilégio, a<br />
discriminação de pessoas por diferença de cor, de posses, de credo ou de partido político<br />
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