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Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff

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possível, se eles desejassem. Se houver ressarcimento com descuido de extensão e<br />

quantificação, ao correr a notícia dos privilégios, muita gente negra <strong>da</strong> América, <strong>da</strong><br />

Europa, e de outras partes do mundo podem pegar carona e baldearem-se para cá, assim<br />

como está acontecendo com os brasiguaios e desaldeados de países vizinhos (índios ou<br />

mestiços), só para levar vantagem sobre a nossa confusão com os ‘direitos' dos sem terra<br />

e dos índios. Assim como os incentivos fiscais atraem investimentos produtivos, os<br />

privilégios atraem milhões de interessados em ‘levar vantagem' sobre a ingenui<strong>da</strong>de<br />

oficial.<br />

Já os mulatos e as mulatas são brasileiros e brasileiras comuns como eu,<br />

entrosados, participantes e patriotas. Acredito que os negros puro sangue também são.<br />

Enfim, todos os que se escan<strong>da</strong>lizam com falcatruas vergonhosas e se orgulham com as<br />

vitórias e conquistas leais em nome do Brasil são os ver<strong>da</strong>deiros patrícios, sem<br />

diferenças por causa de cor <strong>da</strong> pele, sexo ou raça.<br />

Muitos dos costumes que hoje parecem "politicamente corretos" serão<br />

descabidos <strong>da</strong>qui a um século, se o XXI melhorar, e quando isso acontece, aparecem os<br />

‘injustiçados' a reclamar indenizações. Ora, pois os culpados devedores do século<br />

dezenove não existem mais. Nós os ‘descendentes' estamos misturados até com as<br />

vítimas, os ‘credores' injustiçados. Alguns de nós podemos ter uma partícula de<br />

‘descendência culpa<strong>da</strong>', com igual partícula de vítima, difícil de determinar.<br />

Consertar os erros é dever de quem for capaz. Obrigar descendentes a pagar<br />

pelas culpas dos antepassados seria injustiça.<br />

As preferências populares por tipos étnicos são passageiras como as mo<strong>da</strong>s.<br />

Muitos(as) se maquiam para parecerem mais claros(as), outros(as) passam horas ao sol<br />

para parecerem mais escuros(as), mas todos(as) gostam de parecerem brasileiros. A<br />

conquista <strong>da</strong> simpatia popular não pode ser imposta por lei e por cobranças descabi<strong>da</strong>s,<br />

mas sim por comportamento amistoso. Não sendo assim, <strong>da</strong>qui a pouco mais de<br />

noventa por cento <strong>da</strong> nossa população poderá reivindicar os seus direitos a regalias<br />

(talvez por não estarem plenamente satisfeitos com a própria cor ou com a composição<br />

do código genético). Quem sobraria para arcar? Suponhamos que a exceção devia ser<br />

uma pequena parte fora <strong>da</strong> regra e não o principal. Por acaso não seria uma terrível<br />

discriminação perseguir os mais ‘branquelos' para obriga-los a nos pagar indenizações<br />

absur<strong>da</strong>s como se eles se mantivessem no gozo de um privilégio indevido, uma<br />

vantagem usurpa<strong>da</strong> dos morenos?<br />

Todos nós somos credores do nosso Governo, pelas contribuições e impostos<br />

que viraram caixa dois para a compra de apoio <strong>da</strong>s negociatas; pela CPMF que não foi<br />

aplica<strong>da</strong> em saúde, pelas obras, serviços etc. superfatura<strong>da</strong>s e pagas com o dinheiro que<br />

o contribuinte confiou ao Tesouro; pelo essencial que não foi feito e pelo supérfluo que<br />

foi começado para nunca ser terminado, apenas servir como despesa de publici<strong>da</strong>de.<br />

Mas somos também solidários porque a falência do Governo seria a falência do Brasil e<br />

de todos os brasileiros.<br />

<strong>Em</strong> <strong>Busca</strong> <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia - 45

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