Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff
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preservou os portadores <strong>da</strong>s características necessárias ao sucesso na luta pela<br />
sobrevivência.<br />
Atualmente ain<strong>da</strong> permanece alguma idéia de que os homens devem ser<br />
insensíveis, bravos, violentos e estúpidos. As mulheres seriam delica<strong>da</strong>s, virtuosas,<br />
amorosas e honestas. Enquanto os homens se aprimoravam no terrorismo, as mulheres<br />
esmeravam-se na passivi<strong>da</strong>de. Assim viveram, elas infelizes e eles caronas ou<br />
procrastinadores. Diante destas divagações, suponho que ain<strong>da</strong> hoje, entre os povos<br />
mais primitivos e atrasados, os homens obrigam as suas mulheres a ‘empurrar o bonde'<br />
enquanto eles festejam no seu interior.<br />
Aqueles que se julgam muito machos, pensam que o homem que é bem homem<br />
não pode ser vaidoso, não se dedica à cultura física, não faz controle do peso. Alguns<br />
homens têm vergonha de dedicar-se a serviços intelectuais, são <strong>da</strong>dos a extravagâncias<br />
alimentares, orgulham-se dos porres e <strong>da</strong>s grosserias. Fumam para demonstrar<br />
destemor mesmo com sacrifício <strong>da</strong> saúde. Nem quero comentar as manias dos que se<br />
drogam. Entendem que se evitassem atitudes extremas passariam por covardes. Eles<br />
pensam que "não fogem à luta", por absur<strong>da</strong> que seja. Não conhecem o ver<strong>da</strong>deiro<br />
significado de ser Homem com amor, responsabili<strong>da</strong>de, inteligência, sonhos, esperança.<br />
Esquecemos que entre os mamíferos e as aves, os machos geralmente são<br />
maiores, mais altivos e defensores <strong>da</strong> alcatéia, <strong>da</strong> vara, do rebanho, <strong>da</strong> tribo.<br />
Acho muito positivo encorajarmos a beleza e a importância <strong>da</strong>s fêmeas humanas,<br />
porque tanto elas como nós somos partes do mesmo grupo, mas para distingui-las, seria<br />
necessário os homens preferirem o oposto (descuido com a saúde e a beleza)? Visto que<br />
só elas teriam o direito de se cui<strong>da</strong>r, é evidente que só eles seriam os escolhedores na<br />
formação dos pares, mas isso pode ser cultura transitória.<br />
Existem escolas universitárias com predominância feminina e talvez até ausência<br />
masculina. <strong>Em</strong> contraparti<strong>da</strong>, dificilmente se encontra um curso profissionalizante em<br />
que as mulheres sejam minoria. Parece que nós os homens estamos mais<br />
preconceituosos e embaraçados do que elas.<br />
Que bom seria se não fosse obrigatória a identificação sexual d@s pessoas, ao<br />
referirmo-nos a el@s, afinal somos tod@s human@s. No entanto persiste a estupidez <strong>da</strong><br />
definição sexual <strong>da</strong>s coisas, como O rio, A estra<strong>da</strong>, A pedra, O tijolo, A folha, O galho,<br />
etc.<br />
Aproveitei a sugestão d@ mestr@ Odila Schwingel Lange, na sua primorosa<br />
opinião publica<strong>da</strong> na segun<strong>da</strong> página do primeiro caderno do jornal "O Progresso" do<br />
dia 10 de fevereiro de 2006, onde abor<strong>da</strong> mais uma aplicação para o símbolo arroba (@).<br />
<strong>Em</strong> <strong>Busca</strong> <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia - 72