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Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff

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ônibus são atos de terrorismo que deviam mobilizar as forças arma<strong>da</strong>s de defesa<br />

nacional, por não representarem nenhum esforço de amparo dos interesses sociais, e<br />

vulgarizarem o terrorismo. Configura-se como uma tentativa de desestruturar as<br />

instituições e a segurança do ci<strong>da</strong>dão contribuinte, enfim, um banditismo<br />

antidemocrático pior do que uma guerra declara<strong>da</strong>. Uma barbárie que não foi tolera<strong>da</strong><br />

nem durante a ingenui<strong>da</strong>de que deu origem às idéias de socie<strong>da</strong>de anárquica, porque os<br />

maiores anarquistas que chegaram ao poder, na prática revelaram-se imperialistas<br />

absolutistas, na Espanha e na Rússia.<br />

As revoluções ti<strong>da</strong>s como movimento de vanguar<strong>da</strong>, sempre foram precedi<strong>da</strong>s<br />

por brilhantes teorias, fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s como reação às práticas irresponsáveis ou<br />

irracionais vigorantes em séculos passados. A liber<strong>da</strong>de de culto e de consciência<br />

determina<strong>da</strong> pela Constituição brasileira, não veio para facilitar a bandi<strong>da</strong>gem que é<br />

pre<strong>da</strong>tória <strong>da</strong>quilo que a Civilização conseguiu de melhor e mais belo, veio para <strong>da</strong>r<br />

chance à Socie<strong>da</strong>de de continuar evoluindo. A liber<strong>da</strong>de de consciência serve para<br />

propiciar a diversificação cultural, para construir e não para destruir a comuni<strong>da</strong>de. Os<br />

atos de terrorismo e de van<strong>da</strong>lismo não se comparam com as revoluções defendi<strong>da</strong>s<br />

pelos marxistas, nem são manifestações políticas. É banditismo descarado pior do que<br />

guerra <strong>da</strong>s hor<strong>da</strong>s invasoras e saqueadoras dos primórdios <strong>da</strong> Civilização.<br />

Se até agora ain<strong>da</strong> existe gente morrendo de exaustão operária, acontece por dois<br />

motivos, mão-de-obra mal remunera<strong>da</strong> forçando aumento voluntário de esforço e carga<br />

horária, além <strong>da</strong> falta de denúncia. O fato é que os ‘novos burgueses' estão ao alcance do<br />

braço pesado <strong>da</strong> Lei.<br />

Sabemos que as antigas ‘elites' brasileiras conseguiram a revanche e se<br />

restabeleceram "pegando o vácuo" pela trilha do poder na ‘sombra' <strong>da</strong> Revolução de<br />

1964. Mas o que quero enfocar é que ao declarar guerra à "Classe Dominante", corre-se<br />

o risco de injuriar as instituições públicas e promover amotinação contra o governo<br />

democrático, atrasando o desenvolvimento e pondo em risco a segurança nacional, só<br />

para garantir uma ideologia ultrapassa<strong>da</strong> e inoportuna. Afinal a anarquia sempre foi<br />

utopia e de agora em diante poderia ser comparável a genocídio, tal a inviabili<strong>da</strong>de em<br />

que se encontra. Não podemos mais <strong>da</strong>r status de direito político, mas sim de<br />

delinqüência social. Se existe decepção com o rumo governamental e suas ‘medi<strong>da</strong>s', de<br />

na<strong>da</strong> vale atentar contra a Democracia. Ca<strong>da</strong> povo terá o governo que merecer, porque é<br />

escolhido pela maioria. O único remédio para um mau governo é melhorar a opinião<br />

pública.<br />

Liber<strong>da</strong>de de pensamento, tudo bem, mas liber<strong>da</strong>de de ação, apenas quando não<br />

arranha direitos de outrem. Quem não estiver contente com o seu governo, que<br />

encontre nele as falhas que justifiquem a sua troca imediata ou espere até as próximas<br />

eleições. O que não pode tentar é destruir as instituições sem justificar uma reação<br />

guerreira e legítima <strong>da</strong> nova ‘classe dominante'.<br />

<strong>Em</strong> <strong>Busca</strong> <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia - 39

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