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Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff

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Como proteção à socie<strong>da</strong>de, os seres desumanos carecem de tratamento<br />

repressivo. O atendimento às suas necessi<strong>da</strong>des primárias é necessário por motivos<br />

higiênicos e filantrópicos, mas não por merecimento porque quem faz investimento em<br />

desgraça sabe qual o tipo de retorno deve esperar.<br />

A nossa socie<strong>da</strong>de recolhe os seus criminosos e os exibe à opinião pública<br />

estrangeira bem vitaminados e exercitados ao sol e até felizes, como se os criminosos<br />

<strong>da</strong>qui estivessem a serviço dos ci<strong>da</strong>dãos de lá ou fossem seus representantes e por isso<br />

merecessem um tratamento respeitoso, bem diferente do que merecem as nossas<br />

parasitas.<br />

O tratamento na reclusão do ladrão e do facínora não deve ser tão bom que<br />

estimule o mendigo a ser criminoso para almejar melhor quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> na prisão.<br />

Os vagabundos, os indolentes, os desempregados sem teto, os que perderam o<br />

impulso <strong>da</strong> iniciativa porque não tiveram apoio na infância são os próximos e<br />

semelhantes necessitados de albergues onde possam se alimentar e morar, mas as<br />

condições de conforto devem ser inferiores às de hospe<strong>da</strong>rias baratas e a quali<strong>da</strong>de de<br />

vi<strong>da</strong> deve ser infe-rior à dos trabalhadores humildes, porque é importante a manutenção<br />

<strong>da</strong> expectativa de melhora para que eles se interessem por um trabalho digno.<br />

A Socie<strong>da</strong>de deve organizar-se de modo a garantir que o ci<strong>da</strong>dão trabalhador<br />

sinta o consolo de que a sua quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> não sendo a que ele esperava, pelo menos<br />

é a possível e mereci<strong>da</strong>, já que os egoístas e irresponsáveis não conseguem viver melhor<br />

do que aqueles que assumem e cumprem suas obrigações. "Aqui se faz, aqui se paga".<br />

O assistencialismo deve primar mais pelo incentivo ao trabalho do que pela<br />

mendicância.<br />

Denominar "É Preciso"<br />

É lamentável a existência de ruas sem as suas placas de denominação. Qualquer<br />

ci<strong>da</strong>de que aspire ser referência turística deve estar equipa<strong>da</strong> com estrutura urbana que<br />

evidencie um mínimo de atenção para com os transeuntes e visitantes. Isso inclui o<br />

direito de saber aonde pisam. Quem nunca sentiu a angústia de percorrer vários<br />

quilômetros a procura de um nome de rua para poder situar-se? Eu já passei por isso<br />

numa capital!<br />

Cheguei a Dourados em fevereiro de 1959, quando isso aqui era uma pequena<br />

sede de um grande município. Ain<strong>da</strong> parecia quase desnecessário o emplacamento <strong>da</strong>s<br />

ruas porque na época era possível sabê-las de cor. A Cabeceira Alegre, distante, parecia<br />

outra vila. A Aveni<strong>da</strong> Marcelino Pires, como sempre, era a principal, mas muito menor<br />

do que agora. Suas paralelas do Sul eram as ruas Paraná, Santa Catarina, São Paulo e<br />

<strong>Em</strong> <strong>Busca</strong> <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia - 80

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