Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff
Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff
Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Quando encontramos a ver<strong>da</strong>de, ela pode libertar-nos <strong>da</strong>s influências tendentes<br />
para pontos de vista errôneos, viciosos e bitolados, ou pelo menos para evitar decisões<br />
desastrosas. É mais difícil existir sabedoria fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> sobre os equívocos do que<br />
firma<strong>da</strong> na sensatez e na ver<strong>da</strong>de. Conhecendo os fatos e suas conseqüências,<br />
poderemos evitar repetições de erros e tirar conclusões seguras para o melhor<br />
encaminhamento do nosso destino.<br />
Os atos, os acidentes e os incidentes históricos e os respectivos fatos são<br />
comumente examinados por alguém que, ao relatá-los, talvez involuntariamente, insere<br />
conceitos de aprovação ou condenação; melhor dizendo, é difícil manter-se isento<br />
<strong>da</strong>quilo que se conta. Seja por vínculo de interesse, seja por empatia, seja por estar<br />
inserido num contexto cultural sujeito a variações, dificilmente o jornalista ou<br />
historiador alcança a sereni<strong>da</strong>de ideal no seu mister.<br />
Estamos sempre localizados em algum ponto de vista, a partir do qual notamos a<br />
ocorrência dos fatos (e o perigo dos boatos). Por isso, antes de examinar um assunto, é<br />
necessário observar-nos a nós mesmos para ajustar o ponto de vista, imbuindo-nos do<br />
senso de justiça. Para isso necessitamos de ética atemporal, não sujeita a mo<strong>da</strong> e nem a<br />
privilégios discriminatórios.<br />
Ao aprender com a História, é preciso encontrar os nexos de causa e efeito dos<br />
acontecimentos e seus motivos, descobrir os agentes responsáveis por atos ou fatos que<br />
alterem o equilíbrio do direito ou <strong>da</strong> obrigação, identificar os beneficiários ou as vítimas,<br />
buscando soluções para os fracassos, aprendendo e aproveitando lições, sem<br />
revanchismo. Mais para perdão do que condenação, mais para construir do que para<br />
destruir.<br />
Os erros do passado remoto, dos antepassados já foram penitenciados ou<br />
resgatados. Não é o caso dos crimes recentes, que precisam ser julgados e os criminosos<br />
corrigidos, sob pena de erosão dos paradigmas sociais. Ao tentar vingança para erros<br />
centenários, poderíamos nos defrontar com oponentes Desumanos.<br />
Com o erro não se brinca. Quem comete as faltas leves, tolera sem remorso as<br />
pesa<strong>da</strong>s. A punição de um criminoso raramente resgata o prejuízo que ele causou. Para<br />
libertar o criminoso <strong>da</strong> sua mal<strong>da</strong>de é necessária uma recuperação muito difícil de se<br />
garantir. Um facínora solto gera desgraça a milhares de infelizes. Um facínora preso é<br />
dispendioso tanto quanto uma classe escolar e o pior é que já não existem vagas. O ideal<br />
é preparar cui<strong>da</strong>dosamente a educação, exigindo no magistério pe<strong>da</strong>gogos de caráter<br />
íntegro, formadores de opinião positiva. Aqueles que estu<strong>da</strong>m conceitos equivocados<br />
vão ensinar falsi<strong>da</strong>des.<br />
<strong>Em</strong> <strong>Busca</strong> <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia - 54