Em Busca da Cidadania - 1 - Merlinton Braff

Cuiabá; a Av. Weimar Torres era Rio Grande do Sul, a João Cândido da Câmara era
Minas Gerais, etc. Eu mesmo estava presente na troca de nome da Rua Campo Grande,
quando passou a denominar-se Rua João Vicente Ferreira, cuja primeira placa, por mim
pintada por encomenda, foi solenemente afixada no Hospital Santa Rosa.
Hoje o anonimato de logradouros, corredores públicos e estradas é inadmissível
até mesmo em lugarejos, entretanto ainda temos ruas com três nomes, como a minha
pequena rua Pastor Braff, ou Tramandaí, ou Projetada Um. Estes são nomes que existem
(teoricamente), apenas em mapas e nas correspondências. Aliás, a única rua do Brasil
detentora do CEP 79826-210 é a Rua Pastor Braff, da Cohafaba III de Dourados, MS, de
acordo com o Guia Postal Brasileiro, edição 92 (1992).
Outro problema é o nome do meu bairro, Cohafaba III, BNH Terceiro Plano ou
Jardim Santana. Como o nome não aparece em placa oficial, continua a confusão. Não
sei como podemos conviver tanto tempo com um embaraço tão fácil de desembaraçar.
Tudo bem que se use apelido, como no caso da Avenida Hayel Bon Faker, antiga Rua
Bahia. Podemos falar do modo mais fácil, mas na hora de escrever, deve ser o nome
correto. No caso da Rua Bahia, não tem confusão, visto que existem as placas oficiais
denominativas. Já o conjunto residencial, Cohafaba III foi registrado no Cartório com a
designação "Santa Ana", mas nós os desavisados, conhecemos por diversos nomes,
menos pelo verdadeiro.
Eu poderia dizer: "lá no bairro Santa Ana", ou "lá em Santa Ana onde eu moro...",
ninguém saberia localizar. Quem nunca viu a beleza urbana de um bairro nobre como o
Terceiro Plano, daqui de Dourados, pode pensar que é tão atrasado que nem foi
definitivamente denominado ainda, embora já exista há quase trinta anos.
Rua Pastor Braff
Denominar rua com nome de gente é homenagear alguém que deve ser
conhecido e lembrado.
O Pastor Braff, como era conhecido, tem a seguinte estória: Manoel João Braff,
filho de Pablo Juan Calbo e Wihelmina Carlota Braff, ele espanhol e ela sueca, ainda
eram crianças quando chegaram ao Brasil, formaram um casal de colonos brasileiros de
família numerosa. Manoel nasceu no lugarejo denominado Pedras Brancas, então
distrito de Santo Antônio da Patrulha, RS, em 9 de abril de 1910 e faleceu em Primavera
do Leste, MT, em agosto de 1998.
Ainda em tenra idade, Manoel sentiu-se fortemente atraído para os assuntos
religiosos. Estudou, foi professor em escolas adventistas e era encarregado da Igreja em
cada local onde lecionou, em diversos municípios gaúchos. Muito patriota, ordenava a
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