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Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

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vemos uma grande ampliação no acesso ao Ensino Médio e <strong>na</strong> modalidade de<br />

Educação de Jovens e Adultos. O ingresso de tantas e tão diferentes crianças e<br />

jovens, a maioria pertencente a setores da sociedade tradicio<strong>na</strong>lmente excluídos<br />

dos benefícios da <strong>educação</strong> (e, por conseqüência, do exercício da cidadania) vem<br />

causando forte impacto <strong>na</strong>s estruturas escolares. Em particular, esse impacto é<br />

percebido quando da definição de temas e conteúdos a serem ensi<strong>na</strong>dos, de regras<br />

de conduta e convívio escolar a serem obedecidas, de modalidades de avaliação<br />

dos conhecimentos e das atitudes, de formas de progressão (ou retenção)<br />

do aluno em determi<strong>na</strong>da série, dentre outros quesitos. Diante de novos públicos<br />

de alunos, seguiremos ensi<strong>na</strong>ndo o que sempre ensi<strong>na</strong>mos? Diante de novas demandas<br />

da sociedade, seguiremos mantendo o currículo que sempre praticamos?<br />

Que critérios devemos adotar para proceder a mudanças curriculares <strong>na</strong> escola?<br />

Tudo o que a sociedade solicita a escola deve atender? E, se a escola tiver que<br />

escolher entre atender a uma demanda de um setor, que é contrária à demanda<br />

de outro setor, de que critérios ela deve lançar mão para fazer tal escolha? Estas<br />

são perguntas bastante complexas de responder, não admitem respostas simples,<br />

dando margem a muita discussão.<br />

O ingresso dos tradicio<strong>na</strong>lmente excluídos <strong>na</strong> escola conta, em princípio,<br />

com a simpatia dos professores e das professoras, e isto se manifesta no uso<br />

dos termos “inclusão”, “escola inclusiva”, “inclusão escolar”, “avaliação inclusiva”,<br />

“dinâmicas de inclusão”, “pedagogia inclusiva”, cada vez mais freqüentes no vocabulário<br />

docente. Também no nível dos administradores de sistemas escolares<br />

esta idéia está presente, particularmente <strong>na</strong> profusão de slogans do tipo “escola<br />

para todos” ou “<strong>educação</strong> para todos”. A idéia da inclusão conquistou hoje uma<br />

quase u<strong>na</strong>nimidade no discurso pedagógico. É praticamente impossível escutar<br />

alguém dizer “eu não sou favorável à inclusão dessa gente toda <strong>na</strong> escola, é aluno<br />

demais”. Ocorre, hoje, com a idéia da inclusão algo parecido com o que já<br />

aconteceu com a interdiscipli<strong>na</strong>ridade. Nos últimos anos, todos são favoráveis à<br />

criação de estratégias interdiscipli<strong>na</strong>res <strong>na</strong> escola. É difícil escutar algum professor<br />

dizer “cada um deve ensi<strong>na</strong>r e se preocupar com a sua própria discipli<strong>na</strong>, e<br />

pronto!”. A aparente u<strong>na</strong>nimidade entre os professores e os administradores do<br />

ensino e o enorme consenso em torno da meta da inclusão não são suficientes<br />

para esconder a polêmica: se, por um lado, todos concordam com a noção geral<br />

de que os indivíduos têm que ser incluídos nos processos educativos, por outro,<br />

as divergências sobre como fazer isso são enormes. Ao enfrentar uma discussão<br />

mais detalhada sobre as modalidades de inclusão efetiva e concreta de determi<strong>na</strong>dos<br />

alunos, nós nos deparamos com preconceitos, manifestações de estigma e<br />

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