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Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

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ou de uma artista do cinema ou da televisão, ou outro adaptado ou inteiramente<br />

inventado, mas igualmente glamouroso.<br />

Essas constatações também são feitas por Marcos Benedetti ( 000: 9 ),<br />

que observa ainda:<br />

É ainda <strong>na</strong> infância também que o primeiro contato com outras<br />

travestis acontece, seja através da televisão ou mesmo <strong>na</strong>s<br />

ruas das grandes cidades onde estas perso<strong>na</strong>gens há tempo<br />

deixaram de ser obscuras e pouco visíveis. A primeira visão<br />

ou contato com outra travesti é sempre relembrada com muito<br />

entusiasmo e emoção e é marcada necessariamente por um<br />

processo de auto-identificação.<br />

Nessa nova interação existencial, a aspirante a travesti vai percebendo um<br />

universo social completamente diverso do que havia conhecido até então, marcado<br />

por valores e significados diferentes, novas formas de comunicação e linguagem que<br />

trazem a criação de um novo corpo, uma nova <strong>sexual</strong>idade, um novo gênero, logo,<br />

de novas formas de existir no mundo.<br />

Os gêneros em chamas<br />

Podemos perceber a construção de relações diferenciadas pelas travestis tanto<br />

<strong>na</strong>s relações com as pessoas, como <strong>na</strong>s relações que estabelecem com seus corpos<br />

e com seus gêneros. A esse respeito uma travesti nos fala: “Quando eu faço ativo,<br />

eu penso e sinto como um homem, quando eu faço passiva, eu penso e sinto como<br />

uma mulher”.<br />

Neste tipo de discurso apresentado pela travesti, em momento algum se caracteriza<br />

uma dicotomia entre o feminino e o masculino, mas o convívio do masculino<br />

e do feminino no mesmo corpo. Isto por si só nos leva a questio<strong>na</strong>r a respeito<br />

das classificações de gêneros tradicio<strong>na</strong>is, que dicotomizam radicalmente os<br />

comportamentos, estabelecendo reducionismos sobre o que seria masculino e o que<br />

seria feminino. A esse respeito muitas travestis e/ou transexuais comentam orgulhosamente<br />

sobre ce<strong>na</strong>s em que passaram despercebidas, ao serem tratadas como<br />

uma mulher; ou ainda, sobre mulheres que são confundidas como travestis, principalmente<br />

aquelas que usam maquiagens fortes e roupas insinuantes. Sobre isso,<br />

Rebeca, que sempre usou roupas femini<strong>na</strong>s discretas (saia longa e blusa sem decote),<br />

comenta uma ce<strong>na</strong> vivida em uma cafeteria de um aeroporto:<br />

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