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Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

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seus erros (TREVISAN, 000). Ao se aproximar o fi<strong>na</strong>l desse século, a heteros<strong>sexual</strong>idade<br />

tornou-se uma norma definidora do possível (ela própria) e do i<strong>na</strong>ceitável<br />

(o que dela se afasta).<br />

Quanto à heteros<strong>sexual</strong>idade, podemos dizer que esta não tem história; não<br />

se encontra um marco que a funde, ela simplesmente é tomada como <strong>na</strong>tural.<br />

O cotidiano das escolas infantis: delineando<br />

masculinidades e feminilidades<br />

A idéia de <strong>na</strong>turalização de determi<strong>na</strong>dos comportamentos em torno das<br />

masculinidades e das feminilidades está amplamente incorporada em nossa sociedade<br />

e se tor<strong>na</strong> muito visível nos procedimentos escolares. Tais comportamentos,<br />

percebidos de forma essencializada (meninos são mais agitados, agressivos, meni<strong>na</strong>s<br />

são mais meigas, passivas; meninos devem gostar de determi<strong>na</strong>das coisas, meni<strong>na</strong>s<br />

de outras), estão pautados por relações de poder entre os sexos desde a infância<br />

(FELIPE e GUIZZO, 004). Cabe, portanto, perguntar o que temos ensi<strong>na</strong>do às<br />

crianças e de que forma temos feito isso, especialmente no que diz respeito às representações<br />

de gênero no âmbito da Educação Infantil (ARGUELLO, 00 ).<br />

Algumas pesquisas no campo da <strong>educação</strong> têm mostrado o quanto essas<br />

aprendizagens se fazem de forma violenta, principalmente em relação aos meninos,<br />

que são constantemente vigiados e instigados para a construção de um<br />

determi<strong>na</strong>do tipo de masculinidade, como demonstram os recentes trabalhos de<br />

Bianca Guizzo ( 00 ), Judite Guerra ( 00 ), Taís Brasil ( 00 ), Adriane Câmara<br />

( 00 ) e Alexandre Bello ( 00 ).<br />

Inúmeros exemplos poderiam ser aqui citados sobre esta questão: mesmo<br />

entre crianças peque<strong>na</strong>s (4- anos), já existe um comportamento que chamaremos<br />

aqui de um delineamento “homofóbico” – embora muitos autores e autoras prefiram<br />

o termo heterossexismo para demarcar como há constantes reiterações da heteronormatividade,<br />

como referimos anteriormente. De qualquer modo, apesar de<br />

reconhecermos o quanto pode ser precipitado nomear de homofobia determi<strong>na</strong>dos<br />

comportamentos <strong>na</strong> infância, gostaríamos de chamar a atenção para o fato de<br />

que muitas crianças, desde a mais tenra idade, já expressam uma profunda rejeição<br />

a todo e qualquer comportamento que fuja aos padrões estabelecidos pela cultura<br />

em relação à masculinidade. Em especial, os meninos expressam muito claramen-<br />

3 Tais aspectos têm sido trabalhados no eixo temático Infância, gênero e <strong>sexual</strong>idade da linha de pesquisa<br />

Educação, <strong>sexual</strong>idade e gênero do PPGEDU/UFRGS.<br />

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