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Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

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5. Considerações fi<strong>na</strong>is: em uma sociedade em<br />

que o modelo ideal é ser cisne, todos somos<br />

“patinhos feios”<br />

Tanto a <strong>sexual</strong>idade quanto a deficiência e a questão de gênero implicam<br />

concepções históricas e sociais. No âmbito dessas concepções, em nossa sociedade,<br />

o conceito de normalidade parece ter se tor<strong>na</strong>do uma espécie de camisa de força,<br />

que define e classifica uma ampla gama de comportamentos em relação ao desenvolvimento<br />

humano e às manifestações da resposta <strong>sexual</strong> e da <strong>sexual</strong>idade.<br />

Questio<strong>na</strong>r esses padrões quanto à <strong>sexual</strong>idade e à deficiência me parece<br />

um desafio importante por tratar-se de condições que geram <strong>na</strong>s pessoas em geral<br />

(e até mesmo entre as pessoas com deficiência e seus familiares) piedade, desconfiança,<br />

negação, preconceito, discrimi<strong>na</strong>ção e uma gama de limitações e impedimentos<br />

a partir de características erroneamente atribuídas àquelas pessoas com<br />

deficiência. Além disso, reforçam a idéia de que haveria limites orgânicos intransponíveis,<br />

o que eximiria a própria sociedade de considerar estratégias educacio<strong>na</strong>is<br />

que permitissem a todas as pessoas o exercício livre, consciente e responsável da<br />

própria <strong>sexual</strong>idade, para além da mera reprodução de papéis sociais ideologicamente<br />

estabelecidos como normais.<br />

Acredito que parte da tarefa dos profissio<strong>na</strong>is da área da saúde (médicos/as,<br />

fisioterapeutas, psicólogos/as, enfermeiros/as etc.), da área da <strong>educação</strong> (educadores/as,<br />

dirigentes de instituições, pessoal administrativo etc.), dos que defendem<br />

as políticas públicas (governos municipais, estaduais e federais), dos familiares e<br />

de todos os que se propuserem a pensar esta questão é debater sobre a dinâmica<br />

da manifestação da <strong>sexual</strong>idade e das deficiências no cenário de uma sociedade<br />

inclusiva, focando as necessidades intrínsecas de reabilitação e de <strong>educação</strong> da<br />

população diversificada, por um lado, e questio<strong>na</strong>ndo a efetividade social dos padrões<br />

que produzem o preconceito, por outro.<br />

Também defendo que o trabalho de todos os profissio<strong>na</strong>is envolvidos com<br />

pesquisas acadêmicas é investigar, estudar e propor condições e recursos que contribuam<br />

para o bem-estar e a <strong>educação</strong> dessas pessoas. Por fim, mas não menos<br />

importante, penso que a tarefa dos que têm alguma deficiência e de seus familiares<br />

é mostrarem-se como são e denunciarem as discrimi<strong>na</strong>ções vividas, reivindicando<br />

condições de eqüidade para que possam exercer seu direito de viver a <strong>sexual</strong>idade<br />

não como uma concessão, mas como uma conquista social, de fato.<br />

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