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Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

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fundamental <strong>na</strong> construção, <strong>na</strong> introjeção, no reforço e <strong>na</strong> transformação<br />

das noções de masculinidade, feminilidade, heteros<strong>sexual</strong>idade,<br />

homos<strong>sexual</strong>idade, bis<strong>sexual</strong>idade e transgeneridade<br />

e, por conseguinte, <strong>na</strong> formação identitária e <strong>na</strong> atuação das<br />

pessoas em todas as are<strong>na</strong>s da vida social. [...].<br />

Entretanto, a escola é, ao mesmo tempo, um local privilegiado<br />

para a construção de uma consciência crítica e de desenvolvimento<br />

de práticas que se pautem pelo reconhecimento da<br />

diversidade e pelos direitos humanos [...]. Reside aí, portanto,<br />

a inquestionável importância de se promoverem ações sistemáticas<br />

que ofereçam a profissio<strong>na</strong>is da <strong>educação</strong> bases conceituais<br />

e pedagógicas que melhor dotem de instrumentos para lidarem<br />

adequadamente com as diversidades de corpos, gêneros, identidades,<br />

<strong>sexual</strong>idades [...].<br />

O sexismo e a homofobia [...] no ambiente escolar encontram<br />

diversas formas de manifestação. Vale lembrar [...] a existência<br />

de concepções pedagógicas, curriculares e livros didáticos<br />

que, apesar dos importantes avanços alcançados, ainda veiculam<br />

conteúdos discrimi<strong>na</strong>tórios, imagens estereotipadas [...] e concepções<br />

restritivas e <strong>na</strong>turalizadoras [...].<br />

Segundo Louro ( 00 ), nossos corpos constituem culturalmente uma referência<br />

que ancora as identidades. Assim sendo, esperamos que os corpos ditem a<br />

identidade, e que o façam sem ambigüidades. Em geral, deduzimos as identidades<br />

de gênero, <strong>sexual</strong> ou étnica a partir de marcas supostamente biológicas (se <strong>na</strong>sceu<br />

com pênis, é homem; se é homem, é masculino; se é masculino, deve ser “machão”,<br />

heteros<strong>sexual</strong>, forte, corajoso, não-afemi<strong>na</strong>do etc.). Trata-se, no entanto, de uma<br />

dedução simplificadora, linear e binária. Nesta dedução, ignora-se, por exemplo,<br />

que tais marcas são ape<strong>na</strong>s aparentemente dadas, fixas e <strong>na</strong>turais e que a elas<br />

não devem, forçosa e bi<strong>na</strong>riamente, corresponder este ou aquele atributo. Pode<br />

ocorrer que as necessidades, os desejos, os comportamentos, os gestos, os gostos<br />

de alguém sejam “discordantes” da aparência física do seu corpo. Se é másculo, o<br />

rapaz não deve ser necessariamente heteros<strong>sexual</strong>; se é uma travesti, não deve ser<br />

obrigatoriamente homos<strong>sexual</strong>. Nada impede que uma jovem considerada muito<br />

femini<strong>na</strong> tenha desejos por outra mulher. Do mesmo modo, uma pessoa que <strong>na</strong>sceu<br />

com pênis pode fazer a operação de mudança de sexo e sentir-se <strong>sexual</strong>mente<br />

atraída por mulheres, ou seja, ser uma tran<strong>sexual</strong> lésbica.

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