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Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

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ou nos afastemos desses entes ficcio<strong>na</strong>is que são os homens e as mulheres que dão<br />

conta de todos os ideais normativos que dizem respeito às formas de como masculino<br />

e feminino devem ser. Podemos inclusive pensar que poucos são os homens<br />

ou mulheres que se aproximam minimamente desses modelos preconizados pela<br />

norma. No entanto, utilizaremos aqui a metáfora das órbitas e elipses para falar<br />

sobre gênero. Cabe, porém, lembrar que, <strong>na</strong> perspectiva pós-estruturalista com a<br />

qual trabalhamos os conceitos escorregam, de modo que quaisquer metáforas de<br />

que venhamos a nos valer não terão a pretensão de dar conta de todos os elementos<br />

que a teoria origi<strong>na</strong>l tenta explicar. Dessa forma, os conceitos são sempre passíveis<br />

de revisão, sendo necessário problematizá-los constantemente.<br />

Considerações iniciais em torno do campo<br />

teórico: gênero 3 D<br />

Retomando as imagens das órbitas, das elipses, podemos pensar que os nossos<br />

corpos são como corpos celestiais, aqueles que, por serem atraídos ou repelidos pela<br />

matriz heteros<strong>sexual</strong>, vão constituindo as diversas maneiras pensáveis e impensáveis<br />

de gênero. Abre-se, assim, a possibilidade de imagi<strong>na</strong>rmos esses modos particulares<br />

de ser como corpos que orbitam um centro de gravidade, segundo uma configuração<br />

<strong>na</strong> qual os corpos de maior massa e, portanto, com maior gravidade, conseguem<br />

manter outros ao seu redor. A desproporção dos corpos envolvidos produz os satélites,<br />

que passam a girar em torno do centro gravitacio<strong>na</strong>l dos corpos “mais pesados”<br />

(o satélite da Terra, por exemplo, é a Lua). Porém, é importante lembrar que as<br />

órbitas são elípticas, ou seja, no seu traçado algumas vezes se afastam do seu ponto<br />

de atração e, em outras, aproximam-se. A Terra, em sua viagem em torno do Sol,<br />

que é aquele que a mantém aprisio<strong>na</strong>da e viva, tem alguns momentos de maior proximidade<br />

e outros de maior afastamento em relação a ele, o que de alguma forma<br />

determi<strong>na</strong> a maneira como ela própria se apresenta.<br />

Acreditamos que algo semelhante aconteça conosco, pois ao longo de nossas<br />

vidas vamos orbitando essa “matriz heteros<strong>sexual</strong>”, estando algumas vezes mais<br />

próximos do que ela nos indica, outras vezes, mais distantes. Desde que <strong>na</strong>scemos,<br />

instâncias sociais fazem muitos investimentos para que nos tornemos como o “modelo”<br />

de masculinidade e feminilidade normatizados ou, ao menos, nos aproximemos<br />

dele. Buscar formas mais confortáveis de se viver o que se pensa ser, ou o que<br />

se pretende ser, ou, melhor ainda, buscar formas para dar conta do projeto/rascunho<br />

1 As metáforas das órbitas e das elipses para discutir o conceito de gênero foram desenvolvidas por Alexandre<br />

Bello (2006).<br />

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