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Diversidade sexual na educação ... - unesdoc - Unesco

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Considerações fi<strong>na</strong>is<br />

Vivemos um momento histórico em que é indiscutível a aceitação social do<br />

divórcio, do recasamento, da maternidade e da paternidade solteiras, da monoparentalidade,<br />

da não-coabitação de cônjuges, do casal sem filhos, da adoção, do casal<br />

interracial (e de diferentes classes sociais, religiões, idades, compleições corporais,<br />

hábitos, tradições etc). Neste cenário, gays e lésbicas aparecem como potenciais candidatos<br />

a pais e a mães e permitem ampliar os modelos tradicio<strong>na</strong>is de família no<br />

que se refere à composição <strong>sexual</strong> e de gênero do casal responsável pela socialização<br />

de crianças. Assim, no mundo ocidental, homos<strong>sexual</strong>idade e parentalidade começam<br />

a deixar de ser termos considerados excludentes.<br />

Algumas características das sociedades moder<strong>na</strong>s são importantes para a<br />

compreensão das transformações em curso: . o fato de as pessoas serem livres para<br />

escolher seus parceiros afetivo-sexuais; . o entendimento prevalecente de que <strong>sexual</strong>idade,<br />

conjugalidade e reprodução são termos independentes de uma equação<br />

que antes insistia em definir como margi<strong>na</strong>l qualquer tipo de vínculo amoroso e<br />

<strong>sexual</strong> que não os trouxesse reunidos num único modelo de casal; e . a compreensão<br />

de que compromisso, responsabilidade e dedicação são os pré-requisitos básicos<br />

para que quaisquer pessoas/casais possam responsabilizar-se pela socialização de<br />

crianças, independente de renda, escolaridade, idade, religião e, mais recentemente,<br />

orientação <strong>sexual</strong>, entre tantos outros atributos possíveis.<br />

As discussões sobre <strong>sexual</strong>idade e novas famílias estão longe de se esgotarem.<br />

Podemos dizer o mesmo em relação à homofobia. E não há manuais para mudança<br />

de comportamento, tampouco a certeza quanto à melhor conduta a seguir. O que<br />

pretendemos com este texto foi chamar a atenção para a necessidade urgente de se<br />

incluir, de forma abrangente, o tema da diversidade <strong>na</strong> formação dos olhares sobre<br />

o mundo, de se duvidar das dicotomias atribuídas às várias esferas da vida e de se<br />

enfrentarem <strong>na</strong>turalizações que caminhem no sentido de produzir sofrimento. A<br />

indig<strong>na</strong>ção com essas práticas promete um mundo melhor.<br />

A escola é uma instituição fundamental nessa mudança de rumos. No Brasil,<br />

cada vez mais pessoas passam por ela, um lugar que pode ser espaço de abertura<br />

para novos valores, oferecendo a crianças e a jovens uma pluralidade de pensamentos,<br />

além de informações importantes para o seu crescimento e o convívio social. A<br />

escola não só absorve muitas horas do dia, mas acompanha o sujeito durante muitos<br />

anos de sua vida – um motivo a mais para ser um ambiente acolhedor. Filhos<br />

e filhas de pais gays e de mães lésbicas (como também filhos e filhas de pais ou<br />

mães travestis ou transexuais) precisam ter o direito de falar sobre sua família, de<br />

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